O que é a candidíase, sintomas, causas, diagnóstico e tratamento

A candidíase é uma infecção fúngica que acomete principalmente a região genital feminina. É causada pela proliferação do fungo Candida albicans, um microrganismo que faz parte da mucosa vaginal e digestina, mas pode causar danos em situações de desequilíbrio, quando sua população aumenta.

Apesar da candidíase não ser considerada uma IST (infecção sexualmente transmissível), uma das formas de se desenvolver é também pela transmissão através de relações sexuais.

Ela se manifesta de maneiras diferentes em mulheres e homens, mas a coceira se faz presente em ambos os casos.

A doença acontece principalmente em organismos debilitados. Como a região genital feminina é quente e úmida, acaba sendo um ambiente mais suscetível à proliferação do fungo que causa a candidíase. 

Neste artigo, falaremos detalhadamente o que é a candidíase, quais seus sintomas e causas, e como é realizado seu diagnóstico e tratamento. Confira! 

O que é candidíase? 

A candidíase é uma infecção fúngica causada pela proliferação excessiva do fungo Candida albicans, que habita naturalmente o corpo humano, estando presente principalmente no trato gastrointestinal e nos órgãos genitais. 

Normalmente, a quantidade desse fungo no corpo é controlada pelo sistema imunológico e por outros microrganismos, mas, em alguns casos, as condições podem permitir que ele se reproduza em excesso, o que pode favorecer o desenvolvimento de uma infecção.

Há diferentes tipos de candidíase, dependendo da parte do corpo afetada.

A candidíase oral afeta a boca e pode se espalhar até o esôfago e a garganta. É popularmente chamada de sapinho, e seus principais sintomas são placas esbranquiçadas que acometem a língua, os lábios, o céu da boca e a parte interna das bochechas. Também podem surgir lesões avermelhadas (semelhantes às aftas) e dores ao engolir. 

A candidíase vaginal afeta a vagina, e a candidíase masculina (também chamada de balanopostite) afeta a glande ou a pele do pênis. 

Outro tipo é a candidíase cutânea (ou intertrigo), que acomete a pele e pode afetar também as unhas. 

Uma forma mais grave da doença pode se desenvolver e afetar a corrente sanguínea. É a candidíase sistêmica, que acontece majoritariamente em pacientes com o sistema imunológico comprometido, ou que possuem alguma comorbidade.

Confira a seguir mais detalhes sobre os sintomas causados por essa doença.

Quais os sintomas da candidíase? 

A candidíase genital é mais comum nas mulheres do que nos homens, já que os fungos se aproveitam de ambientes úmidos e escondidos (como dobras da pele e mucosas) para se proliferar.

Causa sintomas tão incômodos que essa é uma das principais condições de saúde buscadas no Google e de reclamações nos consultórios ginecológicos.

Estimativas apontam que 75% das mulheres já apresentaram pelo menos um episódio de candidíase na vida. É, portanto, muito normal, o que não significa que não deva receber a devida atenção.

Os principais sintomas que a candidíase causa nas mulheres são coceira (que pode acometer tanto a vulva quanto o canal vaginal), corrimento de cor branca e em grumos (com aspecto semelhante ao da nata do leite), leve inchaço nos grandes lábios, ardor no local e ao urinar e dor durante as relações sexuais.

Além disso, também podem aparecer fissuras na mucosa genital, parecidas com assadura.

Apesar de ser uma doença muitas vezes apontada como condição feminina, a candidíase é uma infecção que também pode afetar os homens.

Nesses casos, a candidíase pode desenvolver um leve inchaço e lesões em forma de pontos no pênis, pequenas manchas vermelhas no local e coceira.

Mesmo que a candidíase não seja uma IST, o contato direto com uma pessoa que esteja com candidíase pode sim levar ao desenvolvimento da infecção.

Além disso, quem está em tratamento para a doença pode sofrer com feridas e inflamações no local afetado em decorrência da relação sexual, mesmo se for realizada com preservativo.

Por isso, é recomendado evitar a relação com penetração durante o período agudo da doença (quando há coceira e corrimento atípico) para não intensificar os sintomas.

O que causa essa doença? 

O excesso de umidade nas áreas íntimas está entre os principais motivos que provocam o desequilíbrio da flora genital, favorecendo a proliferação dos fungos.

É por essa razão que a candidíase é mais comum sobretudo durante o verão, período do ano em que se usa roupas de banho molhadas por mais tempo do que o que seria adequado.

Além da umidade, há outros fatores que podem gerar o desequilíbrio de microrganismos na região, como o uso de roupas muito justas e de material sintético, relação sexual sem preservativo, má alimentação, a ingestão de alguns antibióticos e estresse.

Outros fatores de risco envolvem condições de saúde como gravidez, obesidade, diabetes e baixa imunidade.

Quando uma mulher tem quatro ou mais episódios de candidíase no período de um ano, a infecção passa a ser considerada de repetição.

Nesses casos, o suporte médico é ainda mais importante, inclusive para descobrir os motivos por trás dessa recorrência. Confira a seguir como é obtido o diagnóstico da doença.

Como a candidíase é diagnosticada?

Os sintomas são os principais indícios da candidíase, no entanto, o diagnóstico correto só pode ser realizado por meio da consulta com um médico especialista.

O profissional analisa a mucosa da vagina ou do pênis, e, se necessário faz uma raspagem da área afetada, como através do exame Papanicolau.

A realização desses métodos é importante porque outras infecções podem ter manifestações semelhantes às da candidíase. Além disso, os sintomas da doença podem aparecer somente no período de fluxo menstrual.

Apostar na automedicação ou realizar um tratamento incorreto podem agravar consideravelmente o quadro. 

O fungo causador da candidíase pode ser encontrado através da realização do Papanicolau, após a raspagem do canal vaginal e do colo do útero para análise laboratorial e microscópica.

Encontrar o fungo no laudo nem sempre significa que o paciente tenha candidíase (lembra que mencionamos anteriormente que o fungo faz parte do nosso organismo?).

Por isso, também pode ser necessário recorrer a outros métodos, como a bacterioscopia, exame que faz uma análise da secreção vaginal e pode auxiliar no diagnóstico correto. 

O diagnóstico e tratamento da candidíase são importantes pois a doença pode causar sintomas desconfortáveis e desagradáveis, que podem afetar a qualidade de vida de uma pessoa e interferir em suas atividades diárias. 

Além disso, a candidíase pode se tornar algo mais grave se não for tratada adequadamente. Uma infecção genital não tratada pode se espalhar para outras áreas do corpo, como a uretra ou o trato urinário, e causar complicações mais sérias.

A candidíase também pode se espalhar para o sangue e causar infecções sistêmicas, o que pode ser perigoso para pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos.

Um diagnóstico preciso é fundamental para garantir que a pessoa receba o tratamento adequado e que a infecção seja controlada. 

Como é o tratamento?

Embora a candidíase seja comumente muito desconfortável e frustrante, a maioria das infecções pode ser tratada com sucesso.

É importante procurar um médico se você suspeitar de uma infecção fúngica, especialmente se você tiver sintomas graves ou recorrentes, para que possa ser feito um diagnóstico preciso e tratamento adequado.

O tratamento da candidíase varia de acordo com o tipo e a gravidade da infecção. O primeiro passo é determinar as causas da doença para combatê-las e evitar recidivas. 

Em geral, o objetivo do tratamento é controlar a proliferação do fungo Candida e aliviar os sintomas associados à infecção causada por ele. Na maioria dos casos, o médico especialista prescreve cremes e pomadas de uso tópico.

Também há a opção de ingerir antifúngicos em comprimido, recomendados em casos mais graves ou recorrentes. 

O tratamento correto é fundamental para aliviar os sintomas, prevenir complicações e também a recorrência da infecção. Mas tão importante quanto o tratamento é a prevenção contra a candidíase. Confira a seguir algumas dicas que vão te ajudar com isso.

Como se prevenir contra a candidíase? 

Para diminuir os riscos de desequilíbrio do fungo Candida, responsável pela candidíase, é importante manter uma vida saudável, com alimentação balanceada e a prática regular de atividade física.

Essas são medidas gerais, que contribuem com o fortalecimento do sistema imunológico e aumento da barreira de proteção contra doenças e infecções dos mais diversos tipos. 

Além desses cuidados mais amplos, para evitar a candidíase genital é importante fazer a higiene íntima com sabonete de pH neutro, e dar preferência ao papel higiênico branco e sem perfume.

Mantenha a pele da região sempre limpa e seca, e evite usar roupas justas e de tecidos sintéticos (que favorecem a retenção da umidade). Durante o período menstrual, evite usar absorvente íntimo todos os dias. 

Não abra mão da camisinha nas relações sexuais, isso ajuda a prevenir o contágio entre parceiros. É importante ter cuidado mesmo quando não houver sintomas, para diminuir o risco de ISTs. 

Lembre-se que a candidíase é uma doença oportunista. Sendo assim, pessoas com a imunidade comprometida (como portadores de HIV, pessoas com doenças autoimunes ou em tratamento contra o câncer) precisam de cuidados extras para prevenir a infecção pelo fungo.

Apesar de ser uma doença comum, a candidíase pode ser prevenida com algumas mudanças simples no estilo de vida. Por fim, siga criteriosamente as recomendações de seu médico durante e depois de encerrado o tratamento contra a candidíase.

Não suspenda o uso dos medicamentos sem sua recomendação.

A candidíase é uma doença que causa desconforto e constrangimento, mas é muito importante falarmos sobre o assunto. Se você tiver alguma dúvida sobre ela, deixe sua pergunta nos comentários abaixo e faremos o melhor para te ajudar.