Hérnia Umbilical: Sintomas, Causas, Diagnóstico, Tratamento e mais

Hérnia Umbilical: Sintomas, Causas, Diagnóstico, Tratamento e mais

No episódio 06 do podcast Papo com Especialista, produzido pelo BoaConsulta, tivemos o prazer de receber o Dr. Jorge Henrique Reina, especialista em cirurgia robótica do aparelho digestivo, coloproctologia e cirurgia oncológica.

Este é um trecho do podcast completo, no qual o Dr. Jorge fala exclusivamente sobre a hérnia umbilical. Neste corte, o especialista nos explica o que realmente é a hérnia umbilical, quais são os sintomas que o paciente pode apresentar, como é feito o diagnóstico, as opções de tratamentos cirúrgicos e não cirúrgicos, os riscos envolvidos e como é a recuperação do paciente após o tratamento.

ACOMPANHE O TRABALHO DO DR. JORGE:

A hérnia umbilical é uma condição que pode afetar pessoas de todas as idades, descrita por um abalamento na região do umbigo devido a uma falha na musculatura abdominal. Embora possa ser congênito ou desenvolvido ao longo da vida, é essencial entender seus sintomas, causas e as opções de tratamento disponíveis.

A seguir, exploraremos detalhadamente tudo o que você precisa saber sobre a hérnia umbilical, desde o diagnóstico até a recuperação, com base nas informações passadas durante o podcast com o Dr. Jorge Reina.

O Que é uma Hérnia Umbilical?

A hérnia umbilical é uma condição médica em que ocorre a protusão de uma parte do intestino ou tecido abdominal através de um ponto enfraquecido na parede muscular do abdômen, especificamente na região ao redor do umbigo (umbílico).

Esse ponto fraco pode ser congênito, presente desde o nascimento, ou adquirido ao longo da vida devido a diversos fatores que aumentam a pressão intra-abdominal.

Anatomia e Formação da Hérnia Umbilical

Durante o desenvolvimento fetal, o cordão umbilical passa por uma abertura nos músculos abdominais do bebê, permitindo que nutrientes e oxigênio sejam transportados da mãe para o feto. Após o nascimento, essa abertura geralmente se fecha conforme o bebê cresce. No entanto, se os músculos não se fecharem completamente, pode permanecer um ponto de fraqueza que facilita o desenvolvimento de uma hérnia umbilical.

Em adultos, essa fraqueza pode ser exacerbada por fatores como obesidade, gestações múltiplas, esforço físico intenso, ou condições que aumentam a pressão dentro do abdômen. Quando a pressão intra-abdominal aumenta, uma parte do intestino, gordura, ou outro tecido abdominal pode ser forçada através desse ponto fraco, criando o abaulamento característico da hérnia.

Quem Pode Desenvolver uma Hérnia Umbilical?

A hérnia umbilical pode afetar pessoas de todas as idades, desde recém-nascidos até adultos. Em recém-nascidos, especialmente aqueles prematuros ou de baixo peso, a hérnia umbilical é relativamente comum devido ao desenvolvimento incompleto dos músculos abdominais.

Em muitos casos, essas hérnias se resolvem sozinhas à medida que a criança cresce e os músculos se fortalecem.

Em adultos, a hérnia umbilical é mais frequentemente observada em mulheres, particularmente aquelas que tiveram múltiplas gestações, e em indivíduos com obesidade. Homens também podem ser afetados, especialmente se estão envolvidos em atividades que envolvem levantamento de peso ou outros esforços físicos que aumentam a pressão abdominal.

Como a Hérnia Umbilical se Desenvolve?

A hérnia umbilical pode ser uma condição congênita, ou seja, presente ao nascimento devido a um defeito de nascença. Em outros casos, pode se desenvolver ao longo da vida como resultado de fatores que aumentam a pressão intra-abdominal, como a obesidade, gestações múltiplas, ganho e perda de peso frequentes, ou atividades que exigem esforço físico intenso.

Sintomas da Hérnia Umbilical

Os sintomas da hérnia umbilical variam dependendo do tamanho e da gravidade da condição. Alguns pacientes podem ser assintomáticos, enquanto outros apresentam sintomas mais evidentes.

Sinais Visuais

O sinal mais comum é o abaulamento ou protrusão na área do umbigo, que se torna mais proeminente ao tossir, fazer força, ou levantar objetos pesados. Em alguns casos, o umbigo pode parecer mais saliente ou alterado na forma.

Dor e Desconforto

A dor é outro sintoma que pode estar presente, especialmente em casos onde a hérnia é pequena, pois o pequeno orifício pode causar um “pinçamento” da gordura ou do intestino, resultando em dor significativa. Em hérnias maiores, a dor pode ser menos intensa, mas o desconforto ainda é um fator predominante.

Complicações

Em casos mais graves, pode ocorrer o encarceramento da hérnia, onde a parte do intestino fica presa na abertura muscular, levando a uma redução no fluxo sanguíneo para essa área. Se não tratada, isso pode causar necrose do tecido intestinal, uma condição grave que requer intervenção cirúrgica imediata.

Causas da Hérnia Umbilical

As causas da hérnia umbilical estão frequentemente relacionadas ao aumento da pressão dentro do abdômen. Entre os fatores de risco, podemos destacar:

  • Gestações múltiplas: O aumento da pressão abdominal durante a gravidez é uma causa comum, especialmente em mulheres que carregaram múltiplos fetos.
  • Obesidade: O excesso de peso aumenta a pressão sobre a parede abdominal, favorecendo o desenvolvimento de hérnias.
  • Histórico familiar: Uma predisposição genética pode aumentar o risco de desenvolver hérnias.
  • Esforço físico excessivo: Levantar pesos pesados ou realizar atividades que exigem esforço intenso pode enfraquecer a musculatura abdominal, levando à formação de uma hérnia.

Diagnóstico da Hérnia Umbilical

O diagnóstico da hérnia umbilical geralmente começa com um exame clínico realizado por um médico, que pode identificar a condição através de uma avaliação física e análise dos sintomas do paciente.

Exame Físico

Durante o exame, o médico pode pedir ao paciente para fazer força, tossir ou realizar outros movimentos que possam exacerbar o abaulamento. A palpação do local pode revelar um “gargarejo” — a sensação de que o conteúdo da hérnia está entrando e saindo do orifício herniário.

Exames de Imagem

Se houver dúvidas, exames de imagem, como ultrassom ou tomografia computadorizada, podem ser solicitados para avaliar a extensão da hérnia e confirmar o diagnóstico. Esses exames ajudam a visualizar o tamanho do orifício na musculatura e a presença de tecido ou intestino no interior da hérnia.

Tratamento da Hérnia Umbilical

O tratamento para hérnia umbilical depende do tamanho e dos sintomas apresentados pelo paciente. Em alguns casos, o acompanhamento clínico pode ser suficiente, especialmente em hérnias pequenas que não causam desconforto significativo.

Cirurgia

A cirurgia é o tratamento padrão para hérnias umbilicais que causam dor, desconforto ou que têm risco de complicações. Existem várias abordagens cirúrgicas, incluindo:

  • Rafia Primária: Indicado para hérnias pequenas, este procedimento envolve a sutura do orifício herniário para fechar a abertura na musculatura.
  • Colocação de Tela: Em hérnias maiores ou em pacientes com fraqueza muscular significativa, pode ser necessário o uso de uma tela de polipropileno para reforçar a área e evitar recidivas.
  • Cirurgia Robótica: Em casos mais complexos, a cirurgia robótica pode ser utilizada para melhorar a precisão e reduzir o tempo de recuperação.

Recuperação Pós-Cirúrgica

A recuperação de uma cirurgia de hérnia umbilical varia conforme o procedimento realizado. Em casos simples, o paciente pode receber alta em 24 horas e retornar às atividades normais dentro de uma semana, evitando esforços físicos intensos durante o período de recuperação.

Cuidados Pós-Operatórios

Após a cirurgia, é importante seguir as orientações médicas para garantir uma recuperação bem-sucedida. Isso inclui evitar levantar pesos superiores a 10 kg, realizar caminhadas leves, e evitar atividades que possam gerar tensão na área operada.

A maioria dos pacientes pode retomar atividades cotidianas, como dirigir, após cerca de uma semana, desde que com cuidado.

Prevenção de Hérnia Umbilical

Embora nem todas as hérnias possam ser prevenidas, adotar algumas medidas pode reduzir o risco de desenvolvimento dessa condição:

  • Manter um peso saudável: Evitar o ganho de peso excessivo pode ajudar a reduzir a pressão sobre a parede abdominal.
  • Evitar esforço excessivo: Ao levantar objetos pesados, certifique-se de utilizar a técnica correta para reduzir a tensão na região abdominal.
  • Fortalecer a musculatura abdominal: Exercícios que fortalecem o core podem ajudar a proteger contra o desenvolvimento de hérnias.

Quando Procurar um Médico?

É importante procurar um médico se você notar um abaulamento no umbigo, especialmente se for acompanhado de dor ou desconforto. Se houver sinais de complicações, como dor intensa, náusea, vômito, ou febre, busque atendimento médico imediato, pois pode ser necessária uma intervenção urgente.

Complicações Associadas à Hérnia Umbilical

Embora a hérnia umbilical seja muitas vezes considerada uma condição relativamente simples, ela pode, em alguns casos, levar a complicações graves, especialmente se não for tratada especificamente.

Entender essas complicações é crucial para tomar decisões informadas sobre quando procurar tratamento médico e gerenciar a condição. As duas principais complicações associadas à hérnia umbilical são o encarceramento e o estrangulamento da hérnia.

Encarceramento da Hérnia

O encarceramento da hérnia ocorre quando o conteúdo herniário, como uma parte do intestino ou tecido adiposo, fica preso na abertura da parede abdominal e não pode ser limitado, ou seja, empurrado de volta para dentro da cavidade abdominal. Isso pode resultar em dor intensa e persistente na área afetada e um aumento na sensibilidade do abalamento.

Esse encarceramento pode ocorrer de forma súbita ou desenvolver-se gradualmente ao longo do tempo. Quando encarcerado, o conteúdo da hérnia corre o risco de perder seu suprimento sanguíneo, levando a uma complicação ainda mais grave, o estrangulamento.

O encarceramento é uma emergência médica, pois a falta de intervenção pode causar rapidamente danos permanentes no tecido preso.

Estrangulamento da Hérnia

O estrangulamento é uma complicação mais grave de uma hérnia umbilical. Ocorre quando o fluxo sanguíneo para o tecido preso na hérnia é completamente interrompido. Isso pode resultar em necrose, ou morte, do tecido afetado, geralmente uma porção do intestino.

A necrose pode causar lesão do intestino, levando a uma peritonite, uma inflamação grave do revestimento abdominal que pode ser fatal se não for tratada rapidamente.

Os sintomas do estrangulamento da hérnia incluem dor abdominal intensa e repentina, que pode ser acompanhada por náuseas, vômitos, febre, e manifestação ou escurecimento da pele sobre a hérnia.

Esses sinais indicam uma emergência médica que exige intervenção cirúrgica imediata para remover o tecido morto, reparar uma hérnia e, possivelmente, tratar complicações como infecção ou intervenção intestinal.

Outras Complicações

Além do encarceramento e estrangulamento, outras complicações podem surgir, especialmente após a cirurgia de correção da hérnia. Embora as técnicas cirúrgicas modernas tenham minimizado esses riscos, complicações como infecções no local da cirurgia, recidiva da hérnia e dor crônica podem ocorrer.

  • Infecção : Qualquer cirurgia traz um risco de infecção, embora esse risco seja relativamente baixo com cuidados pós-operatórios adequados.
  • Recidiva da Hérnia : Em alguns casos, a hérnia pode voltar, especialmente se o reparo não tiver sido adequado ou se o paciente não seguir as orientações pós-operatórias para evitar esforço físico.
  • Dor Crônica : Embora raro, alguns pacientes podem experimentar dor crônica após a cirurgia.

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