Grupos de riscos para varíola dos macacos.
|

Quais são os Grupos de Risco da Varíola dos Macacos?

A varíola dos macacos vem se espalhando de forma abrangente, na data de produção desse post, somamos 31 mil casos confirmados em 83 países, e muito embora, sua taxa de mortalidade continue baixa, diversas preocupações surgem a respeito do assunto, principalmente sobre os grupos de risco para varíola dos Macacos (Monkeypox).

No último dia 29 de julho, registrou-se a primeira morte no Brasil devido a complicações provocadas pela varíola dos macacos. Infelizmente, fazendo como vítima um homem, de 41 anos, afetado devido à imunidade baixa em razão de um câncer.

Este primeiro óbito levantou algumas questões, sobretudo, a importância de se redobrar os cuidados com grupos de riscos, como imunossuprimidos, crianças, grávidas e idosos.

Mediando sobre esse tema, elaboramos este material a respeito dos principais grupos de riscos para a Varíola dos Macacos e os cuidados especiais para estes grupos.

Grupos de risco para a varíola dos macacos

Os grupos de risco para a varíola dos macacos são imunossuprimidos, crianças, grávidas e idosos.

Muito embora, estes sejam os principais grupos de riscos, não quer dizer que demais grupos não estejam sujeitos a complicações pela doença, os cuidados devem ser adotados por todos, entenda mais sobre estes grupos.

Imunossuprimidos

Pessoas imunossuprimidos, ou seja, que possuem algum déficit em seu sistema imunológico, estão entre os principais grupos de riscos para a forma grave da varíola dos macacos. Como, por exemplo, indivíduos portadores de HIV, portadores de doenças autoimunes, realizando tratamento de câncer, quem realizou transplante de órgão e/ou possuem doenças congênitas desde o nascimento que afetam este sistema de proteção do organismo.

Mulher com Câncer Imunossuprimida.

Esse risco aumentado ocorre, pois o nosso sistema imunológico, é responsável por nos proteger de vírus, bactérias e outros agentes danosos ao nosso corpo, quando o sistema imunológico se encontra debilitado, torna-se mais fácil a dominância de doenças na forma grave.

Segundo os especialistas, é preciso dar uma atenção especial para crianças, mulheres grávidas e indivíduos que realizaram transplante de órgãos sólidos, além de pacientes em fase de tratamento com quimioterapia.

Sobre este último grupo, podemos destacar o caso do primeiro óbitos no Brasil, devido a Monkeypox, visto que se trata de um paciente que já possuía uma capacidade imunológica debilitada, dificultando o combate do vírus e facilitando o agravamento da doença.

Crianças

As crianças com idade inferior a cinco anos, também fazem parte do grupo de risco para a forma grave da monkeypox, pois até essa faixa etária o sistema imunológico ainda não possui maturidade para combater adequadamente o vírus da varíola dos macacos. Não estando relacionado a receber maior carga viral.

Segundo o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), em números gerais, a taxa de mortalidade pode chegar a 11% na totalidade da população, no entanto, este percentual tem sido maior entre crianças pequenas. Vale dizer que quadros de deficiência imunológica prévia também podem influenciar no surgimento da forma grave da doença.

Entretanto, vale destacar que apesar desse ser o grupo mais propenso ao desenvolvimento de formas graves da doença, o recente surto em países não endêmicos para a doença, demonstra que os números de crianças infectadas são baixos.  

Outra razão para o possível agravamento da doença, está relacionado com o comportamento da criança frente às lesões, visto que, dependendo dos cuidados, a criança pode estar propensa a infecções secundárias.

Criança com varíola dos macacos.

O que ocorre, é que as múltiplas lesões na pele da criança podem se unir em uma única, levando a infecções secundárias. Haja vista, que crianças estão muito propensas a brincar no chão, além disso, ficar parada em uma cama é quase impossível para os pequenos ou mesmo usar sapatos durante todo o tempo.

Diante desse cenário, as crianças estão mais vulneráveis a infecções por bactérias, que podem chegar às lesões causadas pela varíola dos macacos, podendo fazer com que as lesões progridam para infecções secundárias, gerando infecções no tecido celular da pele. 

Apesar das grandes preocupações, especialistas afirmam que o quadro ambulatorial em crianças tende a evoluir muito bem, sendo que poucas crianças realmente precisam ser internadas em razão do quadro.

O mais importante, é identificar precocemente a contaminação pela monkeypox, para então evitar a disseminação.

Mulheres grávidas

Apesar de mulheres grávidas também se enquadrarem no grupo de risco da varíola dos macacos, ainda possuímos poucos dados científicos disponíveis, no entanto, está claro que o contágio pelo monkeypox, durante a gestação, apresenta, sim, riscos para o feto.

Na data de produção deste post (17/08/2022), ainda não é possível afirmar se gestantes são mais propensas ao vírus ou se a contaminação é mais grave na gravidez. Já é de conhecimento científico, que a transmissão pode ocorrer através da placenta da mãe para o feto, levando a forma congênita da doença, ou também, no contato próximo após o nascimento.

Mulher grávida.

Segundo a nota emitida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda é preciso o aprofundamento nas pesquisas, para compreendermos melhor os riscos e seus graus, durante a gravidez, assim como ocorre de fato a transmissão da mãe para o feto no útero ou para o recém-nascido.

Portanto, mulheres grávidas devem redobrar os cuidados, evitando o contato próximo com indivíduos infectados. Caso suspeite da exposição ao vírus, informe imediatamente ao seu médico para realizar o teste e iniciar os cuidados adequados.

Ademais, diante dos riscos aumentados para mãe e feto, devemos alertar que naturalmente, gestantes, possuem a imunidade menor durante a gestação, pois do contrário o sistema imunológico pode “rejeitar” o feto.

Diante dessa debilitação imunológica, mulheres grávidas, estão mais vulneráveis a doenças, em especial as infecciosas.

Existe um grupo preferência da doença?

Segundo o estudo publicado no jornal New Englad of Medicine, uma pesquisa com 528 pacientes de 16 países, sugeriu que 95% das transmissões ocorreram por meio da atividade sexual. O estudo demonstrou  que os infectados apresentavam sintomas anteriores não relacionados a varíola dos macacos, como lesões genitais, feridas na boca ou ânus, fato que pode fazer a doença ser confundida com DSTs.

É muito importante destacar que a varíola não é uma IST, como no caso do HIV, podendo ser transmitida por meio de qualquer tipo de contato físico, seja de homens ou mulheres. Apesar de a prevalência ser em homens, crianças e gestantes e idosos também estão suscetíveis.

Sintomas da varíola dos macacos

Os sintomas da varíola dos Macacos são:

  • Febre;
  • Dor de cabeça e dores no corpo;
  • Dor nas costas;
  • Calafrios;
  • Cansaço;
  • Feridas na pele (erupções cutâneas);
  • Gânglios inchados (que comumente precedem a erupção característica da doença).

Segundo o que sugere os estudos mais recentes sobre a varíola dos macacos, 95% dos pacientes apresentam irritações na pele. 2/3 tinham menos de dez lesões.

Em 73% dos diagnósticos positivos, as feridas aparecem primeiro na região do ânus e nos genitais, cerca de 41% apresentavam irritações na mucosa da boca.

Já 62% dos infectados, apresentaram sintomas como febre, inchaço dos linfonodos ou língua, representando 56% dos casos, além de letargia (41%), dor muscular (31%) e dores de cabeça (27%).

Como me proteger da varíola dos macacos?

As principais recomendações de prevenção contra a varíola dos macacos, tanto para grupos menos propensos a forma grave da doença, quanto para grupos de risco são:

  • Conheça bem os sintomas, fique atento sobre os sintomas em você e pessoas próximas, procure atendimento médico em caso de qualquer suspeita de exposição;
  • Evitar o contato próximo com pessoas infectadas ou com suspeita de infecção: nada de toque, beijo ou sexo;
  • Limitar o número de parceiros sexuais;
  • Evitar compartilhamento de objetos, incluindo roupas de cama e toalhas;
  • Não estigmatizar a doença: qualquer pessoa pode contrair o vírus;
  • Usar máscaras, assim como se usa para proteger-se do COVID-19;
  • Cobrir braços e pernas em aglomerações;
  • Higienizar as mãos.

Precisa de uma avaliação médica, mas não deseja ir ao hospital de imediato? No BoaConsulta você encontra os melhores médicos infectologistas, agende uma consulta e seja atendido (a) on-line.

Histórias recentes

Postagens similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *