Gliomas: Sintomas, Diagnóstico, Tratamentos, Cirurgias, Causas e Prevenção
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Gliomas: Sintomas, Diagnóstico, Tratamentos, Cirurgias, Causas e Prevenção

No nosso podcast de número 06, recebemos o Dr. Marcio Rassi, neurocirurgião e professor de neurocirurgia especializado no tratamento de tumores cerebrais e da base do crânio.

Neste trecho, o Dr. Márcio Rassi nos explica, de modo geral, o que são os gliomas (tumores cerebrais intra-axiais), quais são os sintomas, formas de diagnóstico, opções de tratamento, como é a cirurgia, prognósticos e pós-operatório, e cita algumas possíveis causas.

Gliomas são um tipo de tumor que se origina no sistema nervoso central, abrangendo tanto o cérebro quanto a medula espinhal.

Esses tumores são classificados em quatro graus de acordo com sua agressividade e características biológicas, embora a classificação molecular e genética possa oferecer uma visão mais detalhada. De maneira geral, os gliomas podem ser de baixo grau (geralmente benignos) ou de alto grau (malignos).

Gliomas são tumores que se originam nas células gliais, que incluem astrócitos, oligodendrócitos e ependimócitos. Essas células têm diversas funções essenciais, como fornecer suporte estrutural aos neurônios, ajudar na reparação de lesões cerebrais e regular o ambiente químico ao redor dos neurônios.

Os gliomas são classificados em quatro graus (I a IV) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com base em suas características histológicas e comportamento biológico:

  • Grau I: Tumores de baixo grau, geralmente benignos, com crescimento lento e menor tendência a se espalhar. Exemplo: astrocitoma pilocítico.
  • Grau II: Tumores de baixo grau, mas com maior propensão a se infiltrar nos tecidos adjacentes e potencial para progressão para graus mais altos. Exemplo: astrocitoma difuso.
  • Grau III: Tumores malignos, de crescimento rápido e maior agressividade. Exemplo: astrocitoma anaplásico.
  • Grau IV: Tumores altamente malignos, extremamente agressivos e de rápido crescimento. Exemplo: glioblastoma multiforme.

A classificação molecular e genética dos gliomas também desempenha um papel crucial na determinação do prognóstico e da resposta ao tratamento. Por exemplo, mutações nos genes IDH1 e IDH2 estão associadas a um prognóstico mais favorável em gliomas de baixo grau.

Tipos de Gliomas

Os gliomas mais comuns são os astrocitomas, que se dividem em diferentes graus de agressividade. Em crianças, os astrocitomas tendem a ser menos agressivos, enquanto em adultos são geralmente mais agressivos.

O glioblastoma, um astrocitoma de grau quatro, é um exemplo de tumor primário extremamente agressivo, cujo tratamento envolve cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

Mesmo com esses tratamentos, o prognóstico geralmente é ruim, exceto em alguns subtipos moleculares específicos que apresentam evolução mais favorável.

Os tipos mais comuns de Gliomas são:

  • Astrocitomas: Originam-se dos astrócitos e são o tipo mais comum de glioma.
  • Oligodendrogliomas: Derivados dos oligodendrócitos, geralmente têm um crescimento mais lento e melhor resposta ao tratamento.
  • Ependimomas: Originam-se das células ependimárias que revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal.

Sintomas de Gliomas

Os sintomas de gliomas variam conforme a localização e o grau do tumor. Os mais comuns incluem:

  • Convulsões
  • Perda de força em um lado do corpo
  • Alterações na fala e no comportamento
  • Problemas de visão

Diagnóstico

O diagnóstico de gliomas geralmente começa com exames de imagem, como ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC). Esses exames podem indicar a presença de alterações sugestivas de gliomas, mas a confirmação só é possível através de uma biópsia, onde um pedaço do tumor é examinado no laboratório.

Tratamentos

O tratamento dos gliomas depende de diversos fatores, incluindo o grau do tumor, a localização e os sintomas apresentados pelo paciente. As opções incluem:

  • Observação: Em casos de gliomas de baixo grau descobertos incidentalmente sem sintomas, a observação regular pode ser uma opção.
  • Cirurgia: A remoção cirúrgica é muitas vezes necessária para diagnosticar e tratar o tumor, especialmente se o paciente apresenta sintomas como convulsões.
  • Quimioterapia e Radioterapia: Usados em tumores mais agressivos, como o glioblastoma, para tentar controlar o crescimento do tumor.

Cirurgias Multidisciplinares

A cirurgia para remover gliomas, especialmente os localizados em áreas críticas como a linguagem, pode ser extremamente complexa.

Em alguns casos, a cirurgia é realizada com o paciente acordado para monitorar funções cerebrais vitais em tempo real. Uma equipe multidisciplinar, incluindo neurocirurgiões, neuropsicólogos e fonoaudiólogos, trabalha em conjunto para minimizar os riscos de sequelas.

Prognóstico e Recuperação

O prognóstico dos gliomas varia amplamente. Tumores de baixo grau podem ter um curso indolente, enquanto tumores de alto grau, como o glioblastoma, têm um prognóstico reservado mesmo com tratamento intensivo.

A recuperação pós-cirúrgica também depende da localização e do tamanho do tumor, bem como da condição do paciente antes da cirurgia. Com a utilização de tecnologias avançadas como neuronavegação e monitorização intraoperatória, a precisão cirúrgica aumentou, reduzindo o risco de sequelas e melhorando os resultados.

Causas e Prevenção

As causas exatas dos gliomas ainda são desconhecidas, embora fatores genéticos e ambientais possam desempenhar um papel. Atualmente, não há medidas preventivas claras, mas a detecção precoce através de exames regulares pode melhorar o prognóstico em casos incidentais.

Em resumo, os gliomas são tumores complexos com uma ampla gama de comportamentos clínicos. O tratamento requer uma abordagem personalizada e multidisciplinar para otimizar os resultados para cada paciente.

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