Glicemia de jejum: o que é, como é feito, valores de referência e quem deve realizar
O exame glicemia de jejum tem como objetivo medir o nível da glicose na circulação sanguínea do paciente. Para sua realização o paciente deve estar de jejum entre 8 e 12 horas de duração, ou seja, sem consumir nenhum alimento ou bebida, exceto água no período citado.
O exame de glicemia em jejum costuma ser indicado pelo médico para fazer a detecção e diagnóstico de diabete, além de também servir para monitorar a taxa de açúcar na corrente sanguínea de pessoas que já possuem o diabete ou que possuem pré-disposição a doença.
A fim de se obter um resultado mais confiável, além do exame de glicemia em jejum, pode ser solicitado outros exames em conjunto, como teste de tolerância à glicose (TOTG) e hemoglobina glicada.
Como é feito o exame de glicemia de jejum?
Para se realizar este exame não há um pré-requisito específico, entretanto, é importante que o paciente não altere sua dieta habitual na semana que antecede o exame de glicemia de jejum.
O exame de glicemia em jejum pode ser conduzido nos seguintes passos:
- No dia do exame, deve-se comparecer ao laboratório após 8 a 12 horas em jejum absoluto, para então realizar a coleta de sangue para análise.
- Após a coleta o paciente é dispensado para realizar uma refeição, conforme esta habituada, mantendo a quantidade e alimentos que come em seu dia a dia.
- Após 2 horas que o paciente fez sua refeição, deve-se voltar ao laboratório e realizar uma nova coleta de sangue a fim de se comparar.
- Ambas as coletas, seja em jejum ou após comer, deve ser feito no mesmo dia para evitar discrepância.
Recomendações para a realização do exame:
- Evitar esforço físico antes da coleta de sangue;
- Jejum para crianças de até 3 anos é, em geral, de 3 horas;
- É recomendado que o paciente evite o consumo de álcool, fast-food, cafeína e exercícios físicos de alta intensidade por 3 dias antes da coleta de sangue.
- Para os demais pacientes, o jejum deve ser de, no mínimo, 8 horas e de 12 horas, no máximo. Não se deve ultrapassar o total de 14 horas.
Valores de referência para o exame de glicemia de jejum
Os valores de referência da glicemia em jejum são:
- Glicemia de jejum na normalidade: inferior a 99 mg/dL;
- Glicemia de jejum alterada: entre 100 mg/dL e 125 mg/dL;
- Diabete: igual ou superior a 126 mg/dL;
- Glicemia de jejum baixa ou hipoglicemia: igual ou inferior a 70 mg/dL.
Para que o paciente seja considerado diabético, o valor do exame de glicemia deve ser igual ou superar a 126 mg/dl, entretanto, é fundamental que se repita o exame outro dia, pois assim será possível ter duas amostras para que o médico possa se basear. Além disso, para a confirmação valida é necessário realizar o exame da hemoglobina glicada e o teste de tolerância oral à glicose.
Quando os valores apresentados estão entre 100 e 125 mg/dL, corresponde a glicemia de jeju alterada, mostrando que o paciente tem um pré-diabete, isto é, quando a doença ainda não se instalou de forma crônica, mas o risco é alto.
No caso de mulheres grávidas, o exame de glicemia de jejum é rotina durante todo o pré-natal, entretanto, os valores de referência costumam ser diferentes. No caso das futuras mamães, quando o nível de glicemia de jejum está acima de 92 mg/dL, pode se desconfiar de um quadro de diabete gestacional, mas é preciso realizar a curva glicêmica ou TOTG para se obter o diagnóstico.
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Quem deve realizar o exame?
Este exame pode ser parte da rotina de check-up, mas também pode ser solicitada pelo médico para investigar a possibilidade de diabetes melito, mal causado pelo aumento dos níveis de glicose no sangue, ou então com o objetivo de fazer o monitoramento para quem já possui o diagnóstico.
A recomendação costuma ser feita para pacientes por volta dos 40 anos, de forma periódica de acordo a indicação médica, no entanto, pacientes mais jovens também pode ser submetidas ao exame, principalmente se possuem a tendência como:
- Sintomas de diabetes, como sede excessiva, fome excessiva e perda de peso;
- História familiar de diabetes;
- Sedentarismo;
- Obesidade;
- Colesterol HDL (bom) baixo;
- Pressão alta;
- Doença coronariana, como angina ou infarto;
- História de diabetes gestacional ou parto de filho com macrossomia;
- Uso de medicação hiperglicemiante, como corticosteroides e beta-bloqueadores.
Vale ressaltar que este exame pode e deve ser associado a outros métodos, principalmente para se obter um diagnóstico preciso.
Quais outras maneiras de medir a glicose?
A glicemia de jejum é apenas um dos exames realizados para se ter controle dos níveis de glicose no sangue, outras opções muito utilizadas são:
Glicemia capilar: exame realizado através de uma picada no dedo para coletar uma pequena quantidade de sangue. Através da amostra é realizada a análise através de um aparelho conhecido como glicosímetro.
Hemoglobina glicada: também referida como HbA1c, o exame de hemoglobina glicada, utilizar uma amostra de sangue para avaliar os níveis de glicose no organismo referente á hemoglobina. Este teste visa o demonstrativo comportamental dos níveis de glicose por mais de uma semana, permitindo obter-se valores mais estáveis.
Curva glicêmica: chamado também de teste de tolerância à glicose, o exame de curva glicêmica é realizado através de amostras de sangue, para analisar a glicemia em jejum e 2 horas após ingerir 75g de glicose. É necessário que nos 3 dias antecedentes ao exame seja feito uma dieta rica em carboidratos e, então, fazer um jejum de 12 horas.