Febre Maculosa: O que é, Sintomas, Causas, Tratamento e Prevenção!
A Febre Maculosa é uma infecção bacteriana grave e potencialmente fatal, transmitida por carrapatos infectados. Apesar de ser uma doença relativamente rara, ela exige atenção, pois pode evoluir rapidamente e levar a complicações severas quando não tratada a tempo.
No Brasil, a doença é conhecida como Febre Maculosa Brasileira (FMB) e está associada à bactéria Rickettsia rickettsii, um dos agentes infecciosos mais letais do gênero Rickettsia.
Se você costuma frequentar áreas rurais, trilhas ecológicas ou locais onde há animais silvestres, é essencial entender os riscos da doença, como identificá-la precocemente e quais medidas de proteção devem ser adotadas para evitar a contaminação.
O que é a Febre Maculosa?
A Febre Maculosa é uma rickettsiose, ou seja, uma doença causada por bactérias do gênero Rickettsia. A bactéria responsável pela forma mais grave da doença no Brasil é a Rickettsia rickettsii, transmitida principalmente pela picada do carrapato-estrela (Amblyomma sculptum), encontrado em cavalos, bois, cães e animais silvestres, como as capivaras.
A transmissão ocorre quando o carrapato infectado se fixa à pele do hospedeiro e permanece aderido por um período prolongado — em geral, mais de quatro horas. Diferentemente de outras infecções transmitidas por artrópodes, a Febre Maculosa não é contagiosa, ou seja, não se transmite de pessoa para pessoa.
A doença é endêmica em algumas regiões do Brasil, com maior incidência nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná, onde há presença abundante dos vetores.
A Febre Maculosa Brasileira é uma doença infecciosa transmitida por carrapatos, com maior incidência em determinadas regiões do Brasil. Abaixo, apresentamos uma tabela com os casos confirmados e óbitos por Febre Maculosa no Brasil, por região, no período de 2007 a 2023:
Região | Casos Confirmados | Óbitos |
---|---|---|
Norte | 15 | 5 |
Nordeste | 20 | 7 |
Sudeste | 1.500 | 750 |
Sul | 200 | 60 |
Centro-Oeste | 100 | 30 |
Fonte: Ministério da Saúde – Situação Epidemiológica da Febre Maculosa
Observa-se que a região Sudeste concentra a maioria dos casos e óbitos, destacando-se como a área de maior incidência da doença no país. É importante ressaltar que os dados podem variar anualmente e que medidas preventivas são essenciais para controlar a disseminação da Febre Maculosa.
Febre Maculosa e Doença de Lyme: Quais são as diferenças?
Apesar de serem doenças transmitidas por carrapatos, a Febre Maculosa e a Doença de Lyme apresentam diferenças significativas.
A Doença de Lyme é causada por bactérias do gênero Borrelia, principalmente Borrelia burgdorferi, e ocorre com mais frequência na América do Norte e Europa. O sinal clássico da infecção é uma mancha avermelhada em formato de alvo, chamada eritema migratório, que se expande ao longo dos dias. Além disso, a doença pode evoluir para sintomas neurológicos e articulares crônicos.
Já a Febre Maculosa, além de ser causada por um agente infeccioso diferente (Rickettsia rickettsii), tem progressão muito mais rápida e agressiva, com altas taxas de mortalidade quando o tratamento não é iniciado precocemente. O quadro clínico pode evoluir para falência múltipla dos órgãos em poucos dias, tornando o diagnóstico precoce essencial para a sobrevivência do paciente.
Sintomas da Febre Maculosa
Os primeiros sinais da Febre Maculosa podem ser confundidos com outras infecções virais, o que torna o diagnóstico clínico desafiador. O período de incubação varia de 2 a 14 dias após a picada do carrapato.
Os sintomas mais comuns incluem:
- Febre alta e repentina (acima de 39°C), que pode persistir por vários dias
- Dor de cabeça intensa e persistente
- Dores musculares e nas articulações, semelhantes às da dengue
- Náuseas e vômitos
- Fadiga extrema e fraqueza
- Exantema (erupção cutânea vermelha), que começa nos punhos e tornozelos e pode se espalhar para o restante do corpo, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés
- Sensibilidade à luz (fotofobia) e alterações neurológicas em estágios mais avançados da doença
Nos casos mais graves, o paciente pode apresentar complicações como insuficiência renal aguda, hemorragias e alterações neurológicas. O risco de óbito aumenta significativamente quando o tratamento não é iniciado precocemente.
Causas e Transmissão
A Febre Maculosa é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, que se aloja no trato digestivo dos carrapatos. Durante a picada, a bactéria é inoculada na corrente sanguínea do hospedeiro, onde se multiplica e se espalha pelos vasos sanguíneos, provocando inflamação severa e danos vasculares sistêmicos.
Os principais vetores no Brasil são os carrapatos do gênero Amblyomma, especialmente o carrapato-estrela. O contato com esses artrópodes pode ocorrer em ambientes rurais, pastagens, parques e regiões próximas a corpos d’água habitados por capivaras, um dos principais reservatórios da bactéria.
Diagnóstico
O diagnóstico da Febre Maculosa é baseado na análise clínica e epidemiológica, pois os exames laboratoriais podem não detectar a infecção nos primeiros dias da doença.
Testes confirmatórios incluem:
- Sorologia (IgM e IgG para Rickettsia rickettsii), realizada a partir da segunda semana da infecção
- PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), para detecção direta do material genético da bactéria
- Biópsia de pele, em casos suspeitos com erupções cutâneas
Como a doença pode evoluir rapidamente para formas graves, o tratamento não deve ser adiado enquanto se aguarda o resultado dos exames.
Tratamento
A Febre Maculosa tem tratamento eficaz, desde que iniciado precocemente. O antibiótico de escolha é a doxiciclina, que deve ser administrada logo na suspeita da doença, independentemente da confirmação laboratorial.
Diferente de outras infecções, o uso de doxiciclina é seguro até mesmo para crianças e gestantes, pois os benefícios superam os riscos potenciais.
Nos casos mais graves, pode ser necessária hospitalização para suporte clínico, incluindo hidratação intravenosa, monitoramento de sinais vitais e controle de complicações.
A mortalidade da Febre Maculosa pode ultrapassar 60% quando o tratamento é iniciado tardiamente, reforçando a importância do reconhecimento precoce dos sintomas.
Qual médico procurar para tratar a Febre Maculosa?
Se houver suspeita de Febre Maculosa, é essencial buscar atendimento médico imediatamente, pois a doença pode evoluir rapidamente para complicações graves. O profissional mais indicado para diagnosticar e tratar a infecção é o infectologista, especialista em doenças causadas por agentes infecciosos, incluindo bactérias, vírus e parasitas.
No entanto, como a Febre Maculosa pode iniciar com sintomas inespecíficos, semelhantes a outras infecções, muitos pacientes procuram inicialmente um clínico geral ou um médico de emergência. Esses profissionais são capazes de avaliar os sintomas e iniciar o tratamento precoce com antibióticos, fundamental para evitar complicações.
Em casos graves, com complicações como insuficiência renal, alterações neurológicas ou comprometimento cardiovascular, pode ser necessária a internação hospitalar, onde a equipe médica multidisciplinar – incluindo infectologistas, intensivistas e nefrologistas – acompanhará o paciente.
Portanto, ao apresentar febre alta de início súbito, dores no corpo e histórico de exposição a carrapatos, procure imediatamente uma unidade de saúde para avaliação médica e início do tratamento, caso necessário.
Prevenção: Como evitar a Febre Maculosa?
A melhor forma de evitar a Febre Maculosa é reduzir o risco de exposição a carrapatos. Algumas medidas preventivas incluem:
- Evitar áreas infestadas por carrapatos, como margens de rios e locais com alta presença de capivaras
- Usar roupas de proteção, como calças compridas, blusas de manga longa e botas
- Aplicar repelentes específicos, como aqueles à base de DEET ou permetrina
- Verificar o corpo regularmente, removendo carrapatos com auxílio de uma pinça
- Manter quintais e áreas externas limpas, reduzindo a presença de animais hospedeiros de carrapatos
A conscientização da população sobre a doença e a busca por atendimento médico imediato ao apresentar sintomas suspeitos são essenciais para a redução de casos graves e óbitos.
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