Médica realizando testes para obter diagnóstico sobre a Doença do Refluxo Gastroesofágico.

Doença do Refluxo Gastroesofágico

Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) de acordo com a definição sugerida pelo I Consenso Brasileiro, “é a afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes, acarretando variável espectro de sintomas (esofágicos ou extra-esofágicos), associados ou não a lesões teciduais.”

Com outras palavras, é uma condição caracterizada pelo retorno do conteúdo do estômago para o esôfago, o que pode desencadear sintomas desagradáveis e complicações, afetando significativamente a qualidade de vida do paciente. 

A doença é um dos diagnósticos mais comuns nos consultórios de médicos gastroenterologista, e afeta de 12% a 20% da população brasileira conforme dados da Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva.

Quais são os sintomas da doença?

São os sintomas que levam os pacientes a procurar ajuda, por isso, sempre que falo sobre uma determinada patologia, faço questão de descrever também a sua sintomatologia.

No caso da doença do refluxo gastroesofágico, os sintomas são divididos em dois grupos: típicos e atípicos.

Sintomas típicos

São eles pirose, mais conhecida como azia, que seria uma sensação de queimação na região central do peito, e regurgitação, a percepção de um retorno do conteúdo gástrico em direção a boca.

Sintomas atípicos

Os principais sinais atípicos da doença são:

  • Dor torácica não cardíaca (DTNC);
  • Globus faringeos (sensação de bola na garganta);
  • Asma;
  • Tosse crônica;
  • Bronquites;
  • Pneumonias de repetição;
  • Pigarro persistente;
  • Apneia do sono;
  • hipersal.

Qualidade de vida do doente

Por se tratar de uma doença crônica, há um considerável impacto na qualidade de vida do paciente.

A doença do refluxo gastroesofágico afeta o bem-estar do paciente, interfere na atividade física e no trabalho, prejudicando assim aspectos psicossociais. Também pode haver interferência na intimidade e no sexo, e perturbação do sono.

Homem sofrendo com refluxo
A doença do refluxo gastroesofágico afeta o bem-estar do paciente na vida pessoal e profissional.

Todas essas complicações, consequentes da patologia, tem relação tanto com a manifestação elevada e crescente incidência dos sintomas por tempo prolongado, como com a manutenção do tratamento e das limitações comportamentais a longo prazo. Falaremos mais sobre isso adiante.

Diagnóstico da Doença do refluxo gastroesofágico

O paciente chega ao consultório queixando-se dos sintomas descritos anteriormente, o que imediatamente nos leva a suspeita da doença.

A consulta tem início com uma anamnese completa, considerando os sintomas, sua intensidade, duração e frequência, além do histórico clínico e familiar do paciente.

Também devem ser avaliados nesse momento, fatores de melhora e piora, o padrão de evolução da doença e o seu impacto na qualidade de vida do paciente.

Médico diagnosticando paciente com suspeita da Diagnóstico da doença do refluxo gastroesofágico.
O diagnóstico da doença necessita de uma investigação dos sintomas e sua intensidade.

O exame endoscópico é o método de escolha para diagnóstico das lesões provocadas pela DRGE, ou seja, para se ver as “sequelas” ocasionadas pelo refluxo, oferecendo portanto, além do diagnóstico das lesões, a possibilidade de realização de biópsias que muitas vezes são indispensáveis para afastar doenças mais graves como esôfago de Barrett, adenocarcinoma esofágico.

Podemos ainda precisar de outros exames complementares como Phmetria e Manometria esofágica, quando o paciente está sem melhora dos sintomas (refratário), ou ainda impedancioPhmetria para se diferenciar refluxo ácido de não ácido.

Você está com os sintomas da Doença do refluxo gastroesofágico? Aqui no BoaConsulta você encontra os melhores médicos especialistas em refluxo gastroesofágico.

Como é feito o tratamento?

Geralmente, começamos com um tratamento clínico, focado no alívio dos sintomas e na cicatrização das lesões, o que contribui bastante para a recuperação da qualidade de vida do paciente.

Em suma, o objetivo do tratamento é reduzir o potencial agressivo do conteúdo gástrico e minimizar a agressão provocada pelo ácido clorídrico. 

O tratamento inclui medidas comportamentais e farmacológicas. Em casos mais avançados, a cirurgia pode ser indicada.

Medidas comportamentais

  • Elevação da cabeceira da cama
  • Moderação na ingestão de alimentos gordurosos, cítricos, café, bebidas alcoólicas e bebidas gasosas
  • Evitar alimentar-se rapidamente e beber durante as refeições
  • Evitar deitar-se nas 2 horas após as refeições
  • Redução drástica do fumo (muitas vezes precisamos de auxílio medicamentoso para isto)
  • Redução do peso corporal

Cirurgia

A cirurgia é indicada quando o paciente é tolerante ao tratamento clínico prolongado. Cabe a nós, médicos, apresentarmos a cada pessoa, com imparcialidade, as opções terapêuticas, suas vantagens e desvantagens.

O maior desafio no tratamento do refluxo gastroesofágico é o controle dos sintomas a longo prazo, o que é essencial para a proteção da qualidade de vida do paciente.

Neste ponto enfatizo a adesão correta tanto das medidas comportamentais quanto farmacológicas orientadas pelo seu médico bem como uma boa relação médico/paciente, visto que estamos diante de uma doença com múltiplas facetas.

dra Silvia Calichman

O conteúdo a cima foi uma contribuição da Dra. Silvia Calichman – Gastroenterologista – CRM 134021 SP.

Aqui no BoaConsulta você pode agendar uma consulta com a médica gastroenterologista Silvia Calichman.

Histórias recentes

Postagens similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *