Câncer Colorretal: Sintomas, Diagnóstico, Causas e Tratamentos
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Câncer Colorretal: Sintomas, Diagnóstico, Causas e Tratamentos | Papo Com Especialista #06

No episódio 06 do podcast Papo com Especialista, produzido pelo BoaConsulta, tivemos o prazer de receber o Dr. Jorge Henrique Reina, especialista em cirurgia robótica do aparelho digestivo, coloproctologia e cirurgia oncológica.

Este é um trecho do podcast completo, no qual o Dr. Jorge fala exclusivamente sobre o câncer colorretal, seus sintomas, causas, diagnóstico, formas de tratamento, opções cirúrgicas e não cirúrgicas, e como é a recuperação do paciente.

ACOMPANHE O TRABALHO DO DR. JORGE:

O câncer colorretal é uma das formas mais comuns de câncer, afetando milhares de pessoas todos os anos. Essa doença surge a partir da proliferação anormal de células no intestino grosso, reto ou ânus, podendo causar sintomas que variam desde alterações intestinais até sangramentos e perda de peso inexplicável.

Neste post, criado com base nas informações do vídeo a cima, exploraremos os principais sinais de alerta, como é feito o diagnóstico, as causas e fatores de risco, além das opções de tratamento disponíveis.

Entenda como a detecção precoce e um estilo de vida saudável podem fazer a diferença na prevenção e no tratamento do câncer colorretal.

O que é o Câncer Colorretal

O câncer colorretal é um tipo de câncer que se desenvolve no cólon (intestino grosso) ou no reto, partes finais do sistema digestivo. Ele geralmente começa como um pólipo, que é uma pequena formação benigna que cresce na parede interna do cólon ou do reto.

Com o tempo, alguns desses pólipos podem se transformar em câncer. O câncer colorretal é um dos tipos de câncer mais comuns e representa uma significativa causa de morte por câncer no mundo, apesar de ser altamente tratável se detectado precocemente.

Existem diferentes tipos de câncer colorretal, sendo o adenocarcinoma o mais comum, representando mais de 95% dos casos. Outros tipos menos comuns incluem os tumores carcinoides, linfomas e sarcomas.

A gravidade do câncer colorretal é frequentemente determinada por seu estágio, que é baseado na extensão do tumor e na presença de metástases, ou seja, se o câncer se espalhou para outras partes do corpo.

Sintomas do Câncer Colorretal

Os sintomas do câncer colorretal podem variar dependendo da localização e do estágio do tumor. Nos estágios iniciais, o câncer colorretal pode ser assintomático, o que torna a triagem regular essencial, especialmente para indivíduos com fatores de risco.

Sintomas comuns incluem:

  1. Alterações nos hábitos intestinais: Pode haver mudanças no padrão de evacuação, como diarreia, constipação ou sensação de evacuação incompleta. Tumores no lado esquerdo do cólon tendem a causar constipação, enquanto tumores no lado direito podem levar a diarreia.
  2. Sangue nas fezes: A presença de sangue nas fezes é um sintoma de alerta. O sangue pode ser visível ou oculto, sendo detectado apenas por exames de fezes.
  3. Dor abdominal ou desconforto: Sensação de inchaço, gases ou cólicas abdominais podem ser sinais de obstrução intestinal causada pelo tumor.
  4. Emagrecimento inexplicável: A perda de peso sem motivo aparente pode ser um sinal de câncer colorretal, especialmente em casos avançados.
  5. Fadiga e fraqueza: A anemia decorrente de sangramentos internos, muitas vezes não visíveis, pode levar à fadiga e fraqueza.
  6. Fezes estreitas: Um sintoma menos comum, mas que pode ocorrer, é o afinamento das fezes, causado pelo estreitamento do cólon devido ao tumor.

Diagnóstico do Câncer Colorretal

O diagnóstico precoce do câncer colorretal é crucial para aumentar as chances de cura. O processo de diagnóstico geralmente começa com uma avaliação clínica, baseada nos sintomas do paciente e no histórico familiar.

Principais métodos de diagnóstico incluem:

  1. Colonoscopia: Considerado o padrão ouro no diagnóstico do câncer colorretal, esse exame permite a visualização direta do interior do cólon e do reto. Durante a colonoscopia, é possível remover pólipos e realizar biópsias de áreas suspeitas.
  2. Retossigmoidoscopia: Semelhante à colonoscopia, mas focada na parte final do intestino grosso (reto e sigmoide), sendo menos invasiva e mais indicada em locais com recursos limitados.
  3. Exame de sangue oculto nas fezes (PSOF): Este teste detecta a presença de sangue oculto nas fezes, o que pode ser um indicador de pólipos ou câncer colorretal. Embora não seja tão preciso quanto a colonoscopia, é útil em programas de triagem.
  4. Exames de imagem: Em casos onde a colonoscopia não é viável ou para avaliar a extensão do câncer, exames como tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) e ultrassonografia endoscópica podem ser utilizados.
  5. Teste de DNA nas fezes: Exames mais recentes podem detectar alterações genéticas nas fezes que são associadas ao câncer colorretal.

Causas do Câncer Colorretal

O câncer colorretal resulta de uma combinação de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida. Enquanto a causa exata do câncer colorretal nem sempre é conhecida, vários fatores contribuem para o desenvolvimento da doença.

Principais causas incluem:

  1. Fatores genéticos: Aproximadamente 5-10% dos casos de câncer colorretal são causados por síndromes genéticas hereditárias, como a polipose adenomatosa familiar (PAF) e a síndrome de Lynch.
  2. Mutação genética adquirida: Durante a vida, mutações genéticas nas células do cólon ou reto podem levar ao crescimento descontrolado de células, resultando em câncer.
  3. Inflamação crônica: Doenças inflamatórias intestinais, como colite ulcerativa e doença de Crohn, aumentam o risco de câncer colorretal.
  4. Dieta e estilo de vida: Uma dieta rica em carnes vermelhas e processadas, sedentarismo, obesidade, consumo excessivo de álcool e tabagismo são fatores que contribuem significativamente para o risco de desenvolver a doença.

Fatores de Risco

Os fatores de risco para o câncer colorretal podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis. Conhecer esses fatores é essencial para a prevenção e para a detecção precoce da doença.

Fatores de risco não modificáveis:

  1. Idade: O risco de câncer colorretal aumenta significativamente após os 50 anos, embora casos em jovens estejam se tornando mais comuns.
  2. Histórico familiar: Ter familiares de primeiro grau com câncer colorretal ou pólipos adenomatosos aumenta o risco de desenvolvimento da doença.
  3. Doenças hereditárias: Síndromes genéticas, como a síndrome de Lynch e a polipose adenomatosa familiar, são fatores de risco significativos.

Fatores de risco modificáveis:

  1. Dieta: Uma dieta rica em carnes processadas, carnes vermelhas e pobre em fibras aumenta o risco de câncer colorretal.
  2. Sedentarismo: A falta de atividade física regular contribui para o risco da doença.
  3. Obesidade: Pessoas com excesso de peso, especialmente com obesidade abdominal, têm maior risco de desenvolver câncer colorretal.
  4. Tabagismo e álcool: Fumar e consumir álcool em excesso estão associados a um maior risco de câncer colorretal.
  5. Diabetes tipo 2: Pacientes com diabetes tipo 2, especialmente quando mal controlado, apresentam maior risco.

Tratamentos do Câncer Colorretal

O tratamento do câncer colorretal depende do estágio da doença, da localização do tumor e da saúde geral do paciente. As opções de tratamento incluem cirurgia, quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos, terapia alvo e imunoterapia.

Principais opções de tratamento:

  1. Cirurgia:
    • Ressecção endoscópica: Para pólipos ou cânceres em estágio inicial, a remoção pode ser feita durante uma colonoscopia.
    • Colectomia: Cirurgia para remover parte do cólon que contém o tumor, seguida da reconexão das partes saudáveis do intestino.
    • Cirurgia laparoscópica e robótica: Procedimentos minimamente invasivos que resultam em menor tempo de recuperação e menor dor pós-operatória.
  2. Quimioterapia: Usada para destruir células cancerosas remanescentes após a cirurgia ou para tratar câncer avançado ou metastático. Pode ser administrada antes da cirurgia (neoadjuvante) para reduzir o tamanho do tumor.
  3. Radioterapia: Frequentemente usada para tratar cânceres retais, pode ser combinada com quimioterapia para reduzir o tumor antes da cirurgia.
  4. Terapia alvo e imunoterapia: Tratamentos mais recentes que visam alvos específicos nas células cancerosas ou fortalecem o sistema imunológico para combater o câncer.

Prognóstico do Câncer Colorretal

O prognóstico do câncer colorretal depende de vários fatores importantes. O estágio em que o câncer é diagnosticado é crucial; pacientes que descobrem a doença nos estágios iniciais (I e II) geralmente têm uma taxa de sobrevivência muito maior do que aqueles diagnosticados em estágios mais avançados (III e IV).

Além disso, o tipo e o grau do tumor influenciam o prognóstico, com tumores bem diferenciados apresentando um crescimento mais lento e um desfecho mais favorável. A remoção completa do tumor e a ausência de células cancerosas nos linfonodos durante a cirurgia também são indicativos de um melhor prognóstico.

A resposta ao tratamento, como quimioterapia ou radioterapia, também é determinante, com uma resposta positiva aumentando as chances de cura.

Prevenção do Câncer Colorretal

A prevenção do câncer colorretal é amplamente possível através de mudanças no estilo de vida e da realização de exames de triagem regulares. Embora alguns fatores de risco, como a idade e a genética, não possam ser modificados, muitos outros podem ser controlados, reduzindo significativamente o risco de desenvolvimento da doença.

Medidas preventivas incluem:

  1. Dieta equilibrada: Uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e fibras é essencial para a saúde intestinal. Estudos indicam que dietas ricas em fibras podem reduzir o risco de câncer colorretal. Evitar o consumo excessivo de carnes vermelhas e processadas também é aconselhável, pois esses alimentos estão associados a um maior risco de câncer colorretal.
  2. Atividade física regular: Manter-se fisicamente ativo reduz o risco de câncer colorretal e melhora a saúde em geral. Exercícios regulares ajudam a manter um peso saudável, o que é crucial, já que a obesidade é um fator de risco para essa doença.
  3. Manter um peso saudável: Evitar o excesso de peso, especialmente o acúmulo de gordura abdominal, pode diminuir o risco de câncer colorretal. A obesidade está associada a uma maior incidência de vários tipos de câncer, incluindo o colorretal.
  4. Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool: Fumar e beber álcool em excesso aumentam significativamente o risco de câncer colorretal. Parar de fumar e limitar a ingestão de álcool são medidas importantes de prevenção.
  5. Realização de exames de triagem: Indivíduos com mais de 45 anos ou com histórico familiar de câncer colorretal devem começar a realizar exames de triagem regularmente, como a colonoscopia, para a detecção precoce de pólipos ou câncer.

Exames para Prevenir o Câncer Colorretal

Os exames de triagem são fundamentais na prevenção do câncer colorretal, pois podem detectar pólipos pré-cancerosos ou câncer em estágio inicial, quando as chances de tratamento bem-sucedido são maiores.

Principais exames de triagem incluem:

  1. Colonoscopia: Este é o exame mais completo para a detecção de câncer colorretal e pólipos. Durante a colonoscopia, o médico pode remover pólipos, evitando que eles se tornem cancerosos. Recomenda-se que a colonoscopia seja feita a partir dos 45 anos, ou mais cedo para pessoas com histórico familiar de câncer colorretal.
  2. Teste de sangue oculto nas fezes (PSOF): Este teste detecta a presença de pequenas quantidades de sangue nas fezes, que podem ser um sinal de pólipos ou câncer. É um exame não invasivo, feito anualmente, e pode ser um bom primeiro passo em locais onde a colonoscopia não é facilmente acessível.
  3. Sigmoidoscopia flexível: Similar à colonoscopia, mas menos invasiva, a sigmoidoscopia examina apenas a parte final do cólon. Este exame é recomendado a cada cinco anos para pessoas de risco médio.
  4. Teste de DNA nas fezes: Este teste detecta alterações genéticas associadas ao câncer colorretal nas fezes. Ele é uma opção não invasiva, realizada a cada três anos, e pode ser uma alternativa para aqueles que preferem evitar a colonoscopia.
  5. Tomografia Computadorizada Colonográfica (colonoscopia virtual): Utiliza imagens de tomografia para examinar o cólon e o reto. Embora menos invasiva, este exame ainda requer um preparo intestinal similar ao da colonoscopia tradicional e é realizado a cada cinco anos.

Como é realizada a colonoscopia:

A colonoscopia é reconhecida como o exame mais eficaz para detectar precocemente e prevenir o câncer colorretal. Este procedimento permite ao médico observar diretamente o interior do cólon e do reto, identificar e remover pólipos, e, quando necessário, realizar biópsias em áreas suspeitas.

  • Preparo intestinal: Antes do exame, o paciente deve seguir uma dieta específica e tomar laxantes para garantir que o intestino esteja completamente limpo. Este preparo é fundamental para assegurar uma visão clara das paredes do cólon.
  • Sedação: A colonoscopia é geralmente realizada com o paciente sob sedação, garantindo seu conforto durante o procedimento. Com o paciente sedado, um colonoscópio, um tubo fino e flexível com uma câmera na ponta, é inserido pelo ânus e guiado ao longo do cólon.
  • Exame do cólon: O médico inspeciona cuidadosamente o cólon, procurando por pólipos, tumores ou outras anomalias. Se forem encontrados pólipos, eles podem ser removidos imediatamente, e biópsias podem ser coletadas para análise posterior.
  • Recuperação: Após o exame, o paciente é monitorado até que os efeitos da sedação diminuam, o que geralmente leva algumas horas. É aconselhável que o paciente esteja acompanhado para garantir sua segurança ao retornar para casa após o procedimento.

A colonoscopia é essencial para a prevenção do câncer colorretal porque pode detectar pólipos em estágio inicial, antes de se tornarem cancerosos. Além disso, é um dos poucos exames de triagem que permite tanto a detecção quanto o tratamento de lesões precoces no mesmo procedimento.

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