Bula do Abilify: Para que serve e como usar?

Abilify, cujo princípio ativo é o aripiprazol, é um medicamento utilizado no tratamento de transtornos psiquiátricos, como esquizofrenia e transtorno bipolar do tipo I.

Atuando no sistema nervoso central, Abilify ajuda a regular substâncias químicas cerebrais, como a dopamina e a serotonina, que estão associadas a distúrbios do humor e do pensamento.

Ele pode ser prescrito tanto para tratar episódios agudos quanto para a manutenção de longo prazo, ajudando a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Para que serve o Abilify

Abilify é indicado para o tratamento de transtornos psiquiátricos, como a esquizofrenia e o transtorno bipolar do tipo I. Para esquizofrenia, ele é eficaz tanto no tratamento de fases agudas quanto para manutenção. No transtorno bipolar, pode ser usado na monoterapia para episódios de mania e mistos, ou como tratamento adjunto ao lítio ou valproato.

Como o Abilify Funciona?

Embora o mecanismo de ação do aripiprazol, substância ativa do Abilify, não seja completamente conhecido, acredita-se que ele atue modulando a atividade dos receptores de dopamina e serotonina no sistema nervoso central, o que ajuda a estabilizar os sintomas de esquizofrenia e transtorno bipolar.

A eficácia do medicamento é atribuída à droga inalterada, e em menor escala, ao seu metabólito, dehidro-aripiprazol.

Contraindicações do Abilify

O uso de Abilify é contraindicado para pessoas que têm hipersensibilidade ao aripiprazol ou a qualquer um dos componentes de sua fórmula. Reações alérgicas podem variar desde coceira e urticária até casos mais graves como anafilaxia.

Como Usar o Abilify?

Esquizofrenia: A dose inicial recomendada é de 10 mg/dia a 15 mg/dia, tomada uma vez ao dia, independentemente das refeições. Os ajustes de dose não devem ser feitos em menos de duas semanas, pois esse é o tempo necessário para se atingir o equilíbrio do medicamento no corpo.
Transtorno Bipolar: A dose inicial recomendada é de 15 mg/dia, seja como monoterapia ou como tratamento adjunto com lítio ou valproato. Se necessário, a dose pode ser aumentada para 30 mg/dia dependendo da resposta clínica. Doses superiores a 30 mg/dia não foram avaliadas em estudos clínicos.

Em ambos os casos, o médico reavaliará periodicamente a necessidade de continuar o tratamento de manutenção.

Ajustes de Dose

Ajustes de dosagem com base na idade, sexo, raça ou estado de função renal ou hepática geralmente não são necessários. No entanto, o médico pode ajustar a dose se o paciente estiver tomando outros medicamentos que influenciam a concentração de aripiprazol no organismo.

Cuidados e Precauções ao Usar o Abilify

Pacientes Idosos com Demência: O uso de Abilify em pacientes idosos com psicose associada à demência pode aumentar o risco de morte, principalmente por causas cardiovasculares ou infecciosas, como pneumonia.
Síndrome Neuroléptica Maligna (SNM): Abilify, assim como outros antipsicóticos, pode causar uma condição rara e potencialmente fatal chamada SNM. Os sintomas incluem rigidez muscular, febre, confusão mental e instabilidade autonômica.
Discinesia Tardia: Pacientes que usam antipsicóticos, incluindo Abilify, podem desenvolver movimentos involuntários persistentes, chamados discinesia tardia. Esse risco é maior em idosos, especialmente mulheres. Se houver sinais dessa condição, o médico pode considerar a interrupção do tratamento.
Hiperglicemia e Diabetes Mellitus: Alguns pacientes tratados com antipsicóticos atípicos, como o Abilify, podem desenvolver hiperglicemia, cetoacidose diabética ou até mesmo coma hiperglicêmico. Pacientes com fatores de risco para diabetes devem ser monitorados durante o tratamento.
Hipotensão Ortostática: Pode ocorrer uma queda repentina da pressão arterial ao mudar de posição. Esse efeito é mais comum em pacientes com histórico de doenças cardiovasculares ou em uso de medicamentos para hipertensão.
Convulsões: Abilify deve ser usado com cautela em pacientes com histórico de convulsões.
Regulação da Temperatura Corporal: Abilify pode interferir na capacidade do corpo de regular a temperatura, por isso deve ser usado com cautela em pacientes expostos ao calor extremo ou em atividades físicas intensas.

Gravidez e Amamentação

Não há estudos conclusivos sobre o uso de Abilify em mulheres grávidas. O aripiprazol pode atravessar a placenta, e recém-nascidos expostos ao medicamento durante o terceiro trimestre podem apresentar sintomas de abstinência ou efeitos extrapiramidais após o nascimento.

Mulheres grávidas devem usar Abilify somente se os benefícios superarem os riscos. O aripiprazol é excretado no leite materno, portanto, a amamentação deve ser evitada durante o tratamento.

Uso Pediátrico e Geriátrico

Abilify não é recomendado para uso em crianças, pois não há dados suficientes que comprovem sua segurança e eficácia. Em pacientes idosos, não há necessidade de ajuste de dose específico, mas eles devem ser monitorados cuidadosamente, devido ao risco maior de efeitos adversos.

Reações Adversas do Abilify

Os efeitos adversos mais comuns incluem:

Náusea, vômito e constipação
Tontura e cefaleia
Ansiedade, insônia, inquietação e acatisia (inquietação motora)
Distúrbios extrapiramidais, como tremores e rigidez muscular

Reações adversas mais graves, embora menos frequentes, podem incluir discinesia tardia, síndrome neuroléptica maligna, e alterações metabólicas como hiperglicemia.

Superdosagem: o que fazer se você ou alguem ingerir uma quantidade maior que a indicada?

A superdosagem de Abilify pode causar sonolência, tremores e vômitos. Em casos graves, sintomas como coma, arritmias cardíacas, pneumonia por aspiração e até morte podem ocorrer. O tratamento consiste em medidas de suporte, como manter a ventilação e monitoramento cardíaco.

Apresentações do Abilify

Abilify está disponível em comprimidos de 10 mg, 15 mg, 20 mg e 30 mg, em embalagens com 10 ou 30 comprimidos, e deve ser administrado por via oral.

Composição do Abilify

Cada comprimido contém aripiprazol (10 mg, 15 mg, 20 mg ou 30 mg), além de excipientes como lactose monoidratada, amido e celulose microcristalina. Os comprimidos podem conter corantes, como óxido férrico vermelho ou amarelo.

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