Como é Realizado o Diagnóstico de Lesão da Cartilagem do Joelho?

Este é um trecho do podcast completo, no qual o Dr. Adriano Leonardi fala exclusivamente sobre lesões na cartilagem do joelho. Neste corte, o especialista explica como é realizado o diagnóstico dessas lesões, comentando sobre o exame clínico e os exames de imagem.

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Como é Realizado o Diagnóstico de Lesão da Cartilagem do Joelho?

As lesões de cartilagem no joelho, também chamadas de condropatias, podem ter diferentes causas e se manifestar de formas variadas. O diagnóstico dessas lesões é fundamental para determinar o tratamento adequado e evitar o agravamento do problema. Para isso, os médicos utilizam uma combinação de exames clínicos e de imagem.

Neste post, vamos explorar o processo de diagnóstico, as ferramentas utilizadas, e os desafios que os profissionais enfrentam ao determinar a causa exata da dor no joelho.

Diagnóstico Clínico

O diagnóstico de lesões de cartilagem do joelho começa com a avaliação clínica do paciente. Nesta etapa, o médico faz uma entrevista detalhada, conhecida como anamnese, onde escuta a história do paciente, incluindo sintomas, atividades físicas, e possíveis traumas.

Em seguida, realiza-se um exame físico, aplicando testes biomecânicos, colocando o paciente em pé e realizando movimentos que ajudem a identificar a origem da dor. O objetivo dessa fase é verificar se a dor é realmente de origem cartilaginosa ou se está associada a outros tecidos, como tendões e ligamentos.

Durante o exame, é importante lembrar que nem sempre a dor apresentada pelo paciente corresponde ao grau de lesão mostrado em exames de imagem. Por exemplo, um corredor pode apresentar um exame de imagem que mostre uma condropatia grau 2, mas a dor que ele sente pode ser causada por outros fatores, como uma tendinite patelar ou atrito da banda iliotibial.

O Papel dos Exames de Imagem

Embora o diagnóstico clínico seja fundamental, exames de imagem são essenciais para complementar e confirmar as suspeitas levantadas durante o exame físico. Os exames mais comuns são a ressonância magnética e a tomografia computadorizada.

A ressonância magnética é particularmente útil para avaliar a integridade da cartilagem e outras estruturas do joelho, permitindo uma visualização detalhada da extensão da lesão. No entanto, os resultados precisam ser analisados com cautela, já que muitas vezes pequenas lesões podem ser interpretadas como responsáveis pela dor, quando, na verdade, outros fatores estão em jogo.

A tomografia computadorizada, por sua vez, é usada principalmente para estudar a anatomia do joelho e identificar alterações estruturais, como desalinhamentos ou alterações de eixo. Essas alterações podem ser a causa subjacente das lesões de cartilagem, já que, a cada passo, um desalinhamento do eixo pode causar hiperpressores sobre as áreas de cartilagem, acelerando o desgaste.

Correlação entre Exame Clínico e Exame de Imagem

O sucesso do diagnóstico de uma lesão de cartilagem depende da correlação entre o exame clínico e os exames de imagem. O exame de imagem deve ser interpretado à luz dos achados clínicos. Por exemplo, um paciente pode apresentar sinais de condropatia nos exames, mas a dor pode ser decorrente de outros fatores.

Ou seja, os exames de imagem não são utilizados isoladamente, mas sim como uma ferramenta complementar.

Diagnóstico Diferencial

Além de identificar a lesão cartilaginosa, o diagnóstico também envolve a exclusão de outras possíveis causas de dor no joelho. Problemas como tendinites, síndrome da banda iliotibial e alterações ligamentares podem coexistir com as condropatias, exigindo uma abordagem diferenciada no tratamento. Por isso, é importante que o médico considere o quadro clínico do paciente como um todo.

Importância do Diagnóstico Precoce e Exames Adicionais

O diagnóstico precoce de uma lesão da cartilagem é essencial para evitar o agravamento da condição e prevenir danos mais graves, que podem exigir tratamentos invasivos, como a cirurgia. Além dos exames mencionados, outros exames podem ser solicitados dependendo da complexidade do caso, como a artroscopia, que permite uma visualização direta da articulação.

Quando o Tratamento Cirúrgico se Torna Necessário

Em casos onde a lesão de cartilagem é significativa e não responde ao tratamento conservador, a cirurgia pode ser uma opção. As técnicas cirúrgicas variam de acordo com o tipo de lesão e a causa subjacente, podendo incluir desde a correção do alinhamento até intervenções para restaurar a cartilagem.

Exames Complementares: Ressonância e Tomografia

Além dos exames clínicos, a ressonância magnética é o exame de escolha para avaliar a cartilagem, pois permite visualizar com detalhes a espessura da cartilagem, a presença de fissuras, erosões ou lesões maiores. Já a tomografia computadorizada, como mencionado, é útil para estudar a anatomia óssea do joelho e alterações no eixo, o que pode estar contribuindo para o desgaste cartilaginoso.

Outro exame complementar que pode ser utilizado é a radiografia com carga, que avalia como o joelho se comporta sob o peso do corpo, revelando desalinhamentos que podem não ser evidentes em outros exames.

Condições Associadas às Lesões Cartilaginosas

Muitas vezes, as lesões de cartilagem estão associadas a outras condições que afetam o joelho, como lesões no menisco, nos ligamentos (especialmente o ligamento cruzado anterior), ou doenças degenerativas como a osteoartrite. O diagnóstico preciso dessas condições associadas é fundamental, já que elas podem influenciar diretamente no tratamento e na recuperação do paciente.

Além disso, condições biomecânicas, como o valgismo ou varismo (joelho “em X” ou “arqueado”), podem causar pressão anormal em áreas específicas da cartilagem, acelerando o desgaste e contribuindo para o desenvolvimento de condropatias.

A Importância da Análise Biomecânica no Diagnóstico

A análise biomecânica é uma ferramenta importante no diagnóstico de lesões da cartilagem. Por meio dela, o médico pode observar como o paciente realiza movimentos funcionais, como caminhar, correr, ou agachar. Alterações nesses movimentos podem indicar uma sobrecarga em certas regiões do joelho, ajudando a identificar a origem do problema.

Esse tipo de análise é particularmente relevante para atletas, onde pequenos desequilíbrios podem gerar lesões significativas ao longo do tempo. Ajustes biomecânicos, como o uso de palmilhas ou modificações nos padrões de corrida, podem ser recomendados para corrigir esses desequilíbrios e aliviar a pressão sobre a cartilagem.