Tratamentos Inovadores para Artrose no Joelho: Plasma Rico em Plaquetas e Terapia Celular!

Este é um trecho do podcast completo, no qual o Dr. Adriano Leonardi fala exclusivamente sobre artrose no joelho. Neste corte, o especialista comenta sobre alguns tratamentos inovadores para a artrose, como o Plasma Rico em Plaquetas (PRP) e a terapia com células-tronco.

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A artrose, também conhecida como osteoartrite, é uma das condições articulares mais prevalentes, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Caracterizada pela degeneração da cartilagem nas articulações, a artrose no joelho pode causar dor, rigidez e limitação de movimentos, impactando significativamente a qualidade de vida dos indivíduos.

Tradicionalmente, o tratamento da artrose tem se concentrado no alívio dos sintomas através de medicamentos, fisioterapia e, em casos mais severos, cirurgia.

No entanto, avanços recentes na medicina regenerativa têm proporcionado novas esperanças para o tratamento desta condição, destacando-se o Plasma Rico em Plaquetas (PRP) e a terapia celular com células-tronco.

Tratamentos Tradicionais para Artrose no Joelho

Historicamente, o manejo da artrose tem incluído:

• Medicação Analgésica e Anti-inflamatória: Utilização de medicamentos para controlar a dor e a inflamação.
• Fisioterapia: Exercícios específicos para fortalecer os músculos ao redor do joelho, melhorando a estabilidade e a mobilidade.
• Infiltrações de Corticosteroides: Injeções que visam reduzir a inflamação e proporcionar alívio temporário da dor.
• Cirurgia de Substituição Articular: Em casos graves, a artroplastia (substituição do joelho por uma prótese) pode ser necessária.

Embora eficazes para o alívio dos sintomas, esses tratamentos não abordam a causa subjacente da degeneração da cartilagem, muitas vezes resultando em progressão contínua da doença.

Inovações no Tratamento da Artrose: Plasma Rico em Plaquetas (PRP)

Uma das abordagens mais promissoras na medicina regenerativa para a artrose é o uso do Plasma Rico em Plaquetas (PRP). O PRP é um concentrado de plaquetas derivado do sangue do próprio paciente, que contém uma alta concentração de fatores de crescimento e citocinas que promovem a regeneração tecidual.

Mecanismo de Ação do PRP

O processo de preparação do PRP envolve a coleta de sangue do paciente, seguido por centrifugação para concentrar as plaquetas. O resultado é um plasma com uma concentração significativamente maior de plaquetas — de aproximadamente 200.000 plaquetas por milímetro cúbico para cerca de 2 milhões por milímetro cúbico. Quando injetado na articulação afetada, o PRP atua da seguinte maneira:

1. Modulação da Química Articular: As plaquetas liberam fatores de crescimento que alteram o ambiente químico da articulação, promovendo a reparação da cartilagem.
2. Ação Anti-inflamatória: Inicialmente, o PRP pode desencadear uma resposta inflamatória leve que, paradoxalmente, estimula processos de reparo e, posteriormente, promove um ambiente anti-inflamatório que ajuda a bloquear a progressão da doença.
3. Estimulação da Regeneração Cartilaginosa: Os fatores de crescimento presentes no PRP incentivam a proliferação de células condroprogenitoras, auxiliando na regeneração da cartilagem articular.

Evidências Científicas e Pesquisas Recentes

A eficácia do PRP tem sido respaldada por diversos estudos científicos, incluindo publicações de renomados pesquisadores como a ex-tutora italiana Elizaveta. Suas pesquisas destacam o PRP como uma intervenção de alto nível de evidência científica para o tratamento da artrose.

No Brasil, o PRP ainda é considerado experimental, mas os resultados preliminares mostram promissora capacidade de alterar a evolução da doença de forma química, especialmente quando aplicado em estágios iniciais da artrose (grau 1).

Terapia Celular com Células-Tronco

Outra fronteira avançada no tratamento da artrose é a terapia celular com células-tronco. As células-tronco possuem a capacidade única de se diferenciar em vários tipos de células, incluindo condroblastos, que são responsáveis pela produção de cartilagem.

Procedimento da Terapia Celular

No Brasil, a regulamentação sobre a utilização de células-tronco é restritiva, proibindo a expansão laboratorial das células antes de sua reinjeção no paciente. Entretanto, procedimentos como o “One Step” têm sido desenvolvidos, onde as células-tronco são extraídas, processadas e reintroduzidas no paciente em um único procedimento, sem a necessidade de cultivo extensivo.

1. Coleta das Células-Tronco: Geralmente realizadas por meio de lipoaspiração da gordura abdominal, onde as células-tronco mesenquimais são isoladas.
2. Preparação e Filtragem: As células são filtradas e preparadas para serem injetadas na articulação afetada.
3. Aplicação na Articulação: As células-tronco são injetadas diretamente no joelho, onde atuam para regenerar a cartilagem danificada e modificar o ambiente articular para prevenir a progressão da artrose.

Benefícios da Terapia Celular

• Regeneração da Cartilagem: Estímulo à produção de nova cartilagem, restaurando a função articular.
• Redução da Inflamação: Células-tronco possuem propriedades anti-inflamatórias que auxiliam na redução da dor e do inchaço.
• Melhora da Mobilidade: Com a regeneração da cartilagem e a redução da inflamação, a mobilidade do joelho é significativamente melhorada.

Limitações e Perspectivas Futuras

Apesar dos resultados promissores, a terapia celular ainda está em fase de estudo e sua aplicação clínica requer mais evidências para estabelecer protocolos padrão e assegurar a segurança e eficácia a longo prazo.

A regulamentação brasileira ainda restringe algumas das práticas, mas avanços contínuos na pesquisa poderão expandir as opções terapêuticas disponíveis no futuro.

Comparação entre PRP e Terapia Celular

Ambas as abordagens, PRP e terapia celular, visam promover a regeneração da cartilagem e modificar o ambiente articular para prevenir a progressão da artrose. No entanto, diferem em seus mecanismos e complexidade:

• PRP: Mais simples e rápido de aplicar, focando na utilização de fatores de crescimento para estimular a reparação tecidual.
• Terapia Celular: Envolve o uso de células que podem se diferenciar e contribuir diretamente para a regeneração da cartilagem, oferecendo potencial de recuperação mais robusto, mas com procedimentos mais complexos e regulamentações mais rígidas.

Considerações Finais

A artrose no joelho representa um desafio significativo para a saúde pública, dada sua prevalência e impacto na qualidade de vida dos indivíduos afetados. As inovações no tratamento, como o Plasma Rico em Plaquetas e a terapia celular com células-tronco, oferecem novas esperanças para a gestão eficaz da doença.

Embora ainda em estágios de pesquisa e com regulamentações específicas, essas abordagens representam avanços promissores que podem transformar o tratamento da artrose, proporcionando alívio duradouro dos sintomas e potencialmente revertendo a degeneração articular.

É fundamental que pacientes interessados em tratamentos inovadores consultem profissionais de saúde qualificados e considerem participar de protocolos de pesquisa clínica, contribuindo assim para o avanço do conhecimento científico e a melhoria das opções terapêuticas disponíveis.