Veja a diferença entre anemia falciforme e traço falciforme

Qual é a diferença entre anemia falciforme e traço falciforme?

Quando o assunto é anemia falciforme, é comum ouvirmos falar também do termo “traço falciforme”. Mas a final, qual relação entre anemia falciforme e traço falciforme?

Se você já acompanha nosso blog, sabe que a anemia falciforme é uma doença hereditária que afeta o sangue e a formação dos glóbulos vermelhos.

O traço falciforme também é uma condição hereditária, no qual a pessoa carrega um gene que causa a doença, mas não enfrenta suas complicações. 

Curioso(a) para saber mais sobre o assunto? Confira mais detalhes no artigo a seguir. 

Anemia falciforme e Traço falciforme

Como já mencionado em outros artigos do nosso blog, a anemia falciforme é uma doença genética e hereditária. Isso significa que ela é causada por alterações no material genético (DNA), que são passadas de pais e mães para seus filhos.

Entenda a diferença entre as duas condições
Entenda a diferença entre as duas condições

Ela pode ser observada em 8% da população negra, mas também atinge pessoas brancas, indígenas e amarelas. 

A anemia falciforme afeta a formação das hemácias, também chamadas de glóbulos vermelhos. Quando saudáveis, elas possuem um formato arredondado e são ricas em hemoglobina, o que garante o transporte de oxigênio pelo corpo.

O formato dessas células é um dos principais fatores que garantem sua capacidade de circulação. 

Já no caso da anemia falciforme, as hemácias comportam um tipo de hemoglobina chamada de hemoglobina S, que é achatada, rígida e em forma de foice.

Esse formato dificulta a circulação dos glóbulos vermelhos, gerando obstrução nos vasos sanguíneos, o que leva ao aparecimento dos sintomas característicos da doença. 

Além disso, os glóbulos vermelhos de quem tem anemia falciforme também são menos eficientes na entrega de oxigênio aos tecidos, o que pode resultar em anemia.

Na imagem, podemos ver as células de quem tem anemia falciforme e traço falciforme
Na imagem, podemos ver as células de quem tem anemia falciforme e traço falciforme

Os principais sintomas da anemia falciforme são dores intensas (sobretudo nos braços e pernas), formação de feridas na perna e fadiga.

Pessoas que sofrem com essa enfermidade precisam contar com acompanhamento médico, pois pode levar a outras complicações devido a maior suscetibilidade a infecções, danos aos órgãos, atraso no desenvolvimento de crianças e adolescentes, e problemas de visão.

Mulheres grávidas com anemia falciforme correm o risco de ter um parto prematuro ou do bebê nascer com um peso abaixo do que é considerado adequado e saudável. 

Mas e quanto ao traço falciforme? É comum que as pessoas acreditem se tratar de um nome diferente para a doença, mas não é esse o caso.

Também chamado de traço falcêmico, também é uma condição hereditária, na qual a pessoa tem o gene mutante que é o causador da anemia falciforme.

No entanto, ele só herdou esse gene de um dos seus pais. Do outro genitor, herdou, provavelmente, um gene sem mutação, capaz de produzir hemoglobinas saudáveis.

Por mais que os nomes sejam parecidos, as condições são totalmente diferente
Por mais que os nomes sejam parecidos, as condições são totalmente diferente

Dessa forma, o traço falciforme acontece quando há a combinação de um gene para hemoglobina saudável (do tipo A), com um gene para hemoglobina S, característico da anemia falciforme. 

Também pode haver uma combinação com outros tipos de hemoglobinas, como C ou D, que caracterizam outros tipos de doenças falciformes, e também podem constituir o traço falciforme.

Essa é uma condição relativamente comum, mas que não remete a nenhum tipo de problema de saúde. O traço não é grave ou contagioso, nem causa a doença. 

Sendo assim, pessoas com traço falciforme não desenvolvem sintomas da doença ao longo da vida, apesar de serem portadoras do gene e haver a possibilidade de transmiti-lo a seus filhos.

Por conta disso, pessoas com essa condição têm o direito de receber orientação genética no que diz respeito aos seus direitos reprodutivos.

Como é o tratamento? 

A anemia falciforme é uma doença crônica, e considera-se que ela não tem cura. Isso só seria possível por meio do transplante alogênico de medula óssea, um procedimento que é muito raro de ser realizado, devido a dificuldade de compatibilidade entre doador e paciente. 

A transfusão de medula óssea é a única cura para a anemia falciforme, mas por ter que obedecer alguns critérios, raramente ela é possível.
A transfusão de medula óssea é a única cura para a anemia falciforme, mas por ter que obedecer alguns critérios, raramente ela é possível.

Ainda assim, a doença deve ser gerenciada com o auxílio de alguns tratamentos, incluindo medicamentos para prevenir complicações e transfusões de sangue para aumentar os níveis de hemoglobina saudável no sangue.

Além disso, uma equipe de saúde especializada pode ajudar a gerenciar a doença e prover qualidade de vida ao paciente.

A vacinação também é um ponto importante para pessoas com anemia falciforme, já que é um público que está mais vulnerável em relação a infecções.

Isso acontece devido à obstrução dos vasos sanguíneos, que pode comprometer a função do baço, um órgão importante para produção de anticorpos para o sistema imunológico. 

É por essa razão que a vacinação deve ser uma das principais prioridades, sobretudo no caso de crianças diagnosticadas com anemia falciforme.

O Ministério da Saúde recomenda uma cobertura mais ampla em relação às vacinas, com o objetivo de prevenir problemas graves como meningite e pneumonia.

Além das vacinas distribuídas ao público infantil em geral, crianças que são portadoras da doença também devem receber a vacina anti-Hepatite B, antiPneumococo e anti-Hemofílus.

O esquema vacinal deve ser atentamente acompanhado pelo seu médico
O esquema vacinal deve ser atentamente acompanhado pelo seu médico

É também por conta das infecções que a febre deve ser um ponto de atenção no caso de pessoas com anemia falciforme.

Se notar aumento na temperatura corporal, é importante procurar o médico que acompanha o paciente em questão ou ir até o hospital para obter acompanhamento adequado até que a infecção seja controlada.

Já quem é portador do traço falciforme possui apenas uma característica genética referente à mutação. Sendo assim, não desenvolve a doença nem tem alterações hematológicas, e, portanto, não precisa de tratamento. 

Ainda assim, a identificação de pessoas com traço falciforme é importante, porque elas podem ter filhos com a forma grave da doença.

Segundo dados do Programa Nacional de Triagem Neonatal, do Ministério da Saúde, 3.500 crianças nascem por ano com doença falciforme no Brasil, contra 200 mil nascimentos anuais com traço falcêmico.

O diagnóstico de doenças falciformes é realizado por meio do Teste do Pezinho, que deve ser feito na primeira semana de vida do bebê. Basta levar a criança ao Posto de Saúde mais próximo.

O exame pode ser feito já nos primeiros dias de vida
O exame pode ser feito já nos primeiros dias de vida

Este exame diagnostica a anemia falciforme e outros tipos de doenças, e também identifica os pacientes com traço falciforme.

Em crianças a partir de 4 meses de idade e nos adultos que não realizaram o teste do Pezinho, o diagnóstico é feito por outro exame de sangue, a Eletroforese de Hemoglobina.

Gostaria de saber mais sobre os exames realizados para obter o diagnóstico da anemia falciforme e traço falciforme? Navegue em nosso Blog e confira nosso artigo completo sobre o assunto. 

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