Psoríase gutata: o que é, sintomas e tratamento
A psoríase é um problema crônico que acomete a pele e se desenvolve em várias regiões do corpo, e geralmente está relacionada à predisposição genética. Mas você sabia que há diferentes tipos de psoríase? Uma delas é a psoríase gutata, que tem basicamente os mesmos sintomas da psoríase comum, com algumas especificidades.
As variedades de psoríase são classificadas de acordo com a localização e características das lesões. A psoríase gutata é formada por pequenas lesões em formato de gotas, associadas a processos infecciosos e geralmente localizadas no tronco, braços e coxas.
Continue a leitura para entender melhor todas as características da psoríase gutata em nosso artigo completo sobre o assunto.
Como a psoríase gutata se manifesta?
A psoríase é uma doença inflamatória crônica e não contagiosa. Dependendo da extensão das lesões que provoca, pode impactar negativamente na qualidade de vida dos pacientes.
Como dito acima, a psoríase gutata possui alguns aspectos específicos que a diferenciam da psoríase comum. Seus sintomas podem surgir após infecções das vias respiratórias superiores, como amigdalite ou sinusite, causadas por bactérias do gênero Streptococcus.
Esse tipo ocorre com maior frequência em crianças, adolescentes e jovens adultos, antes dos 30 anos. Seus sintomas surgem, geralmente, de uma a três semanas após a infecção. Apesar de ser desencadeada por bactérias, a psoríase gutata não é contagiosa.
Os principais sintomas são pequenas e numerosas lesões vermelhas e em alto relevo na pele, circulares ou em forma de gota. As feridas são cobertas por uma fina escama, diferenciando-se das placas típicas da psoríase, que são grossas. Alguns outros sinais da doença são pequenas bolhas ou placas espalhadas pelo corpo, descamação e coceira no local das lesões.
Esses sinais podem surgir mais frequentemente nos braços, pernas, tronco e couro cabeludo. Podem aparecer pequenas e repentinamente, aumentar de tamanho e quantidade ao longo do tempo, e melhorar espontaneamente.
A causa da psoríase ainda não é totalmente conhecida, mas especialistas e pesquisadores da área acreditam que possa estar relacionada ao sistema imunológico, às interações com meio ambiente e à predisposição genética.
Em relação à psoríase gutata, a principal causa é a infecção bacteriana, como vimos acima, e seus sintomas aparecem após uma dor de garganta, por exemplo, ou depois de outros processos inflamatórios e infecciosos.
Há alguns grupos de pessoas que podem apresentar maior propensão a desenvolver os sintomas da psoríase gutata. São pessoas que têm parentes próximos (principalmente de primeiro grau) com a doença, ou indivíduos com alguns fatores de risco para essa patologia, como diabetes, pressão alta, colite (um tipo de inflamação no intestino), artrite reumatoide, sobrepeso e até mesmo depressão.
Além disso, outros fatores podem contribuir para aumentar o risco de desenvolvimento desse tipo de psoríase, como:
- Altos níveis de estresse;
- Alterações genéticas;
- Uso de remédios betabloqueadores ou antimaláricos;
- Uso de medicamentos inibidores da TNF-alfa (como infliximabe, etanercepte e adalimumabe);
- Lesões na pele causadas por cortes, queimaduras ou picadas de inseto,
- Outros processos inflamatórios e infecciosos.
A psoríase gutata pode surgir em pessoas que possuem um ou mais fatores de risco. Segundo informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia, cerca de 30 a 40% dos pacientes que apresentam psoríase possuem histórico familiar do problema.
Ao notar sintomas como os mencionados neste artigo, é fundamental consultar um médico dermatologista para obter o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado. Confira a seguir como isso é feito.
Como é o diagnóstico e o tratamento da psoríase gutata?
O diagnóstico da psoríase gutata é realizado pelo médico dermatologista, por meio da avaliação das lesões que apareceram na pele. Isso geralmente é o suficiente para confirmação do diagnóstico, mas o médico também pode recorrer a alguns outros recursos, como a realização de exames de sangue para identificar a presença de antiestreptolisina O (ASLO), anti-DNase B ou estreptozima – anticorpos que servem para confirmar a ocorrência de uma infecção recente por Streptococcus.
Além disso, também é necessário fazer uma investigação a respeito do uso de medicamentos inibidores da TNF-alfa, betabloqueadores ou antimaláricos, por exemplo. Essa pode ser uma etapa necessária para obter o diagnóstico de psoríase gutata, pois, como vimos acima, o uso desse tipo de medicamento é um fator de risco para o desenvolvimento da doença.
Raramente é preciso fazer a biópsia de pele, mas em alguns casos o médico prefere solicitar a realização deste procedimento para diferenciar o problema de outras doenças, como Tinea corporis, eczema numular ou pitiríase rósea.
Após concluir o diagnóstico, é preciso definir qual será a abordagem mais adequada para o tratamento. Ainda que a psoríase não tenha cura, há vários tipos de intervenção para o controle da doença.
Entre as opções geralmente adotadas pelos médicos dermatologistas, está o uso de pomadas, cremes, loções ou xampus, que contam em sua composição com corticoides, retinóides ou análogos da vitamina D. Outros ativos como coaltar, ácido salicílico e calcipotriol podem ser úteis em casos de psoríases com lesões mais espessas e crostas.
Em alguns casos, a fototerapia com radiação UVB também pode ser indicada. Essa técnica consiste em expor a pele lesionada à luz ultravioleta de forma totalmente controlada. Isso pode melhorar o aspecto da pele e reduzir as lesões causadas pela doença.
Apesar de ser um procedimento indolor, é extremamente importante que seja supervisionado por um médico para evitar qualquer tipo de transtorno.
Os casos mais leves de psoríase gutata geralmente não demandam tratamento específico, já que os sintomas costumam desaparecer sozinhos. Ainda assim, é indispensável consultar um médico, já que o profissional pode optar pela indicação de hidratantes para aliviar a coceira e a descamação da pele.
Em alguns casos, os sinais da psoríase podem se estender por semanas ou meses, e, quando não recebem cuidados médicos, evoluir para outros tipos de psoríase.
Mais recentemente, alguns pesquisadores têm se dedicado a estudar sobre a eficácia do uso de prebióticos no tratamento para psoríase gutata.
Prevenir a psoríase não é algo tão fácil, já que essa doença de pele também tem a ver com uma predisposição individual e familiar. Mas, em geral, manter a pele bem hidratada é sempre muito importante em qualquer ocasião, já que isso auxilia na proteção.
A camada da pele chamada de barreira cutânea é responsável por impedir a desidratação e pela proteção contra agressões externas e irritações. Isso pode ser útil para prevenir lesões, já que a velocidade de renovação da pele do paciente com psoríase é alterada.
Esperamos que, com este artigo, tenhamos solucionado todas as suas dúvidas a respeito da psoríase gutata, e que tenha ficado clara a importância de consultar um médico caso experiencie os sintomas mencionados aqui.
Ficou com alguma dúvida sobre a psoríase gutata que não foi esclarecida ao longo do nosso texto? Não tem problema! Deixe sua pergunta nos comentários abaixo para podermos te ajudar da melhor forma.
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