Como é feito o diagnóstico de Alzheimer?
Algumas doenças não são tão simples de identificar, pois seus sintomas podem ser comuns a diversas outras. Esse é o caso do diagnóstico do Alzheimer, que é feito por exclusão, já que no estágio inicial da doença os sintomas podem ser sutis.
A doença de Alzheimer é o tipo mais comum entre as classificações de transtorno neurocognitivo maior, também comumente conhecido como demência. Essa doença pode causar problemas na memória, pensamento e comportamento, com sintomas que pioram progressivamente de acordo com o desenvolvimento do problema.
Confira a seguir como é feito o diagnóstico de Alzheimer e os principais exames utilizados para fundamentá-lo.
Como diagnosticar o Alzheimer?
Não há um único exame exclusivo que possa indicar a doença de Alzheimer em um paciente. O seu diagnóstico requer uma ampla avaliação médica, que precisa ser embasada em uma série de instrumentos.
O histórico médico do paciente deve ser avaliado com cuidado, assim como o histórico familiar, já que há suspeitas de que o Alzheimer esteja relacionado a fatores genéticos. Também são feitos exames neurológicos, e testes cognitivos para avaliar a memória e o raciocínio. Os principais são:
- Miniexame do estado mental.
- Avaliação Cognitiva de Montreal (Montreal Cognitive Assessment – MoCA).
- Escala de avaliação para a Doença de Alzheimer.
- Teste do relógio.
- Teste da fluência verbal.
Além desses testes, também é importante fazer exames de imagens no cérebro para constatar o diagnóstico de Alzheimer.
Como a doença gera a morte de células nervosas e perda de tecido cerebral, é possível utilizar esses exames para identificar evidências físicas do Alzheimer.
Além disso, a realização desses procedimentos também serve para excluir a possibilidade de outras doenças, como AVC, tumor cerebral ou esclerose múltipla.
Os exames de diagnóstico por imagem mais solicitados são:
- Tomografia computadorizada.
- Ressonância magnética.
- PET/CT.
Para completar, exames de sangue também são solicitados com o intuito de descartar quaisquer outras possíveis causas dos sintomas. Sendo assim, o diagnóstico do Alzheimer é complexo e não pode ser realizado sem uma avaliação clínica minuciosa, contando com testes cognitivos, exames laboratoriais e avaliação de imagem do sistema nervoso central.
As manifestações clínicas do paciente unidas aos resultados dos exames complementares vão permitir que o médico responsável chegue a uma conclusão diagnóstica e, em seguida, traçar o planejamento do melhor tratamento de acordo com cada caso.
Por isso é tão importante estar atento aos sintomas, fazendo um acompanhamento adequado do paciente e estar em contato com seus familiares.
Muitos pacientes podem ter dificuldade em identificar os primeiros sinais, por isso o envolvimento de pessoas próximas pode ajudar a notar problemas de memória, dificuldade em se organizar, esquecimento de informações importantes, etc.
Com as informações reunidas, o médico tem condições de identificar se há ou não um declínio cognitivo, qual o tipo exato e se há comprometimento funcional das atividades.
O Alzheimer não tem cura, mas o diagnóstico precoce é de suma importância para a realização de intervenções capazes de tornar o avanço da doença mais lento, ainda que temporariamente.
Também pode oferecer ao paciente a oportunidade de participação em testes e estudos clínicos promissores, de expressar seus desejos pessoais em relação aos cuidados e vida futura, e também para colocar em ordem seus planejamentos legais e financeiros.
Tudo isso contribui para que o tratamento seja realizado com mais dignidade e respeito aos desejos do paciente.
Confira a seguir algumas dicas que podem fazer a diferença na hora de fazer o diagnóstico e acompanhar pacientes com Alzheimer.
Recomendações valiosas para pacientes com Alzheimer
Como essa é uma doença que não tem cura e cujos sintomas se agravam progressivamente, cuidar de pessoas nessas condições pode ser muito desgastante, sobretudo para os familiares e cuidadores envolvidos.
É importante formar uma rede de apoio fortalecida em torno do paciente, composta por pessoas próximas e profissionais que farão o acompanhamento e tratamento da doença. A partir disso, é possível pensar em soluções para manter a dignidade e o bem-estar do paciente.
Uma dúvida comum no início do diagnóstico está relacionada a contar ou não ao paciente sobre a doença. Não há uma resposta correta para isso, já que a escolha vai depender da decisão da família.
Profissionais da saúde podem auxiliar nessa decisão ao debater os prós e contras de falar sobre o assunto com o paciente. Em alguns casos, a família pode optar por não falar para evitar o sofrimento da pessoa diante da perspectiva de prejuízos que afetarão sua vida.
Ao escolher tratar desse assunto com o paciente, algumas decisões podem ser facilitadas. Uma boa ideia para garantir sua segurança é fazer com que o portador de Alzheimer utilize uma pulseira, colar ou outro adereço contendo seus dados de identificação (como nome e telefone para contato de algum responsável) e alguma indicação sobre a sua memória estar comprometida.
Isso é importante pois um dos primeiros sintomas do paciente envolve perder a noção do lugar onde se encontra, sem saber como voltar para casa.
Outra sugestão interessante para passar aos familiares está relacionada a estabelecer uma rotina diária e ajudar o paciente a cumpri-la. Espalhar alguns lembretes pela casa pode ajudá-lo a manter certa independência, como por exemplo: apague a luz, feche a torneira, desligue a TV, e assim por diante, conforme o que for interessante para o cotidiano doméstico.
Também é válido pensar em maneiras de simplificar a rotina do dia a dia, de modo que o paciente possa continuar envolvido com ela. Mantê-lo integrado às tarefas pode ser muito positivo para a sua saúde mental, assim como estimular o convívio familiar e social.
No estágio inicial da doença, é importante criar oportunidades para que a pessoa seja produtiva e mantenha sua independência. Incentive a realizar passeios curtos e a fazer atividades como fisioterapia e academia. Também é interessante sugerir a redução das opções de escolha, como diminuir a quantidade de peças no guarda-roupa para evitar frustração e estresse na hora de se vestir.
Familiares e cuidadores devem encorajar a pessoa a vestir-se, comer, ir ao banheiro, tomar banho e fazer outras tarefas simples por conta própria. Quando não for mais possível tomar banho sozinha, pode ainda atender a orientações como “tire os sapatos; tire a camisa; entre no chuveiro” etc.
Conforme a evolução dos sintomas e limitação do paciente, pode ser necessário reorganizar a casa, afastando ou eliminando objetos e situações que possam representar perigo. A adaptação necessária pode ser semelhante à que é feita quando há crianças vivendo na casa.
Atente também para a alimentação do doente, certificando-se que está recebendo uma dieta balanceada e praticando atividades físicas de acordo com as suas possibilidades. Também é importante eliminar o consumo de álcool e cigarro, pois tais substâncias agravam o desgaste cerebral.
Ao conversar com os familiares do paciente, procure conscientizá-los a respeito da evolução progressiva da doença, pois habilidades serão perdidas ao longo do tempo, e não há como recuperá-las.
Em dado momento, pode ser necessário buscar ajuda profissional como a de cuidadores capacitados, já que os cuidados que o paciente demanda podem sobrecarregar familiares e demais pessoas que convivem com ele.
É preciso considerar que o Alzheimer é uma doença progressiva, e, portanto, afeta não apenas o paciente diagnosticado com o problema, mas todo o seu círculo familiar, causando grande impacto emocional e financeiro.
Os cuidados e a sensibilidade do especialista escolhido para fazer o diagnóstico são fundamentais nesse processo, e determinantes para ajudar a família a enfrentá-lo da melhor forma.
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