Hemorroidas: Sintomas, Diagnostico, Causas, Tratamentos e Mais!
No episódio 06 do podcast Papo com Especialista, produzido pelo BoaConsulta, tivemos o prazer de receber o Dr. Jorge Henrique Reina, especialista em cirurgia robótica do aparelho digestivo, coloproctologia e cirurgia oncológica. Este é um trecho do podcast completo, no qual o Dr. Jorge fala exclusivamente sobre hemorroidas.
Neste corte, o especialista explica o que são as doenças hemorroidárias, seus sintomas e características, as causas mais comuns, formas de diagnóstico e opções de tratamento, tanto cirúrgicas quanto não cirúrgicas. Além disso, ele faz algumas recomendações importantes.
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As hemorroidas são uma condição que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, mas continuam sendo um tabu em muitas conversas. A vergonha, o medo e o desconhecimento fazem com que muitas pessoas adiem o diagnóstico e tratamento, agravando os sintomas e complicações.
Neste post, vamos esclarecer o que são as hemorroidas, seus principais sintomas, como diagnosticá-las, as causas mais comuns, os tratamentos disponíveis e, o mais importante, como prevenir essa condição tão incômoda.
O que são hemorroidas?
Antes de entender a doença, é importante definir o que são as hemorroidas. Todos nós temos hemorroidas, que são veias na região do ânus e reto, responsáveis por ajudar no controle da evacuação.
A doença hemorroidária ocorre quando essas veias ficam dilatadas ou inflamadas, causando desconforto, dor e sangramento.
Existem dois tipos principais de hemorroidas:
- Hemorroidas internas: Estão localizadas dentro do reto e, muitas vezes, não causam dor, pois essa área tem poucas terminações nervosas. O principal sintoma é o sangramento durante a evacuação.
- Hemorroidas externas: Localizadas sob a pele ao redor do ânus, causam dor, inchaço e, em alguns casos, sangramento. Podem formar coágulos de sangue, resultando em uma condição chamada trombose hemorroidária, que aumenta significativamente a dor.
Sintomas das hemorroidas
Os sintomas podem variar de acordo com o tipo e gravidade da condição. Os mais comuns incluem:
- Sangramento: Sangue vermelho vivo após evacuar, que aparece no papel higiênico ou nas fezes. É o sintoma mais frequente e muitas vezes o que mais preocupa os pacientes.
- Dor e desconforto: A dor, geralmente ao sentar ou durante a evacuação, é mais comum nas hemorroidas externas.
- Inchaço ao redor do ânus: Hemorroidas externas podem ser sentidas como protuberâncias ao redor da área anal.
- Coceira e irritação: A inflamação pode provocar coceira intensa.
- Secreção mucosa: Em alguns casos, a mucosa irritada pode liberar uma secreção, que contribui para a sensação de umidade.
Esses sintomas podem ser confundidos com outras condições, como fissuras anais, abscessos ou até tumores. É importante não autodiagnosticar e sempre procurar um especialista.
Como é realizado o diagnóstico de hemorroidas?
O diagnóstico das hemorroidas é feito principalmente por meio de uma avaliação clínica e alguns exames complementares, que ajudam a descartar outras condições mais graves, como o câncer colorretal.
- Anoscopia: Um exame que permite visualizar o canal anal usando um dispositivo chamado anuscópio. É rápido e indolor, utilizado para identificar hemorroidas internas.
- Colonoscopia: Exame mais abrangente, que permite examinar todo o cólon. Geralmente é indicado quando há suspeita de outras condições, como câncer ou pólipos, ou em pacientes com histórico familiar dessas doenças.
- Toque retal: Exame em que o médico avalia manualmente o reto, buscando identificar possíveis massas, tumores ou outras anormalidades.
Segundo a American Society of Colon and Rectal Surgeons, cerca de 50% dos adultos com mais de 50 anos apresentarão sintomas de hemorroidas em algum momento de suas vidas.
Sangramentos podem ser hemorroidas ou Câncer
O sangramento é o sintoma que mais preocupa os pacientes. Muitas vezes, o medo de que o sangramento seja causado por um câncer, como o câncer colorretal, por exemplo, retarda a procura por um especialista.
Embora o sangue das hemorroidas geralmente seja vermelho vivo e sem misturas, é impossível diagnosticar a causa apenas pela cor ou aparência do sangue.
Tumores no intestino podem causar sangramento escuro ou misturado com fezes, mas cada caso deve ser avaliado com exames adequados para diagnóstico preciso.
Quais são as causas da hemorroida?
As causas das hemorroidas são multifatoriais, mas alguns fatores de risco são mais recorrentes:
1. Constipação crônica e esforço para evacuar
A constipação leva a um esforço excessivo durante a evacuação, o que aumenta a pressão sobre as veias do reto e ânus, causando o inchaço que caracteriza as hemorroidas.
2. Diarreia crônica
Surpreendentemente, episódios frequentes de diarreia também podem desencadear hemorroidas, já que o ato repetitivo de evacuar irrita as veias anais.
3. Gravidez
Durante a gestação, o útero em crescimento aumenta a pressão nas veias do reto, o que frequentemente resulta em hemorroidas. Após o parto, especialmente em casos de parto vaginal, o esforço também pode agravar o quadro.
4. Sedentarismo e obesidade
O estilo de vida sedentário e a obesidade aumentam a pressão intra-abdominal, o que contribui para o desenvolvimento de hemorroidas. A falta de exercício também retarda a função intestinal, favorecendo a constipação.
5. Ficar muito tempo sentado no banheiro
Um hábito comum, mas prejudicial, é permanecer muito tempo sentado no vaso sanitário. Ler ou usar o celular no banheiro aumenta a pressão nas veias anais, facilitando o surgimento das hemorroidas. A posição sentada prolongada, especialmente na privada, coloca uma pressão contínua nas veias anais, que pode provocar ou agravar as hemorroidas.
Tratamentos para hemorroidas
O tratamento varia de acordo com a gravidade dos sintomas e o grau das hemorroidas, que podem ser classificadas em quatro graus:
- Grau I: Hemorroidas internas que sangram, mas não prolapsam (não saem para fora do ânus).
- Grau II: Prolapsam durante a evacuação, mas retornam espontaneamente.
- Grau III: Prolapsam e precisam ser manualmente recolocadas.
- Grau IV: Prolapso contínuo que não pode ser recolocado e requer tratamento cirúrgico.
Tratamento conservador
Nos casos leves, mudanças no estilo de vida e tratamento clínico são suficientes para melhorar os sintomas:
- Aumento da ingestão de fibras: Alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais e grãos integrais, ajudam a amolecer as fezes e reduzir o esforço durante a evacuação.
- Ingestão de água: Manter-se hidratado é fundamental para facilitar o trânsito intestinal.
- Pomadas e supositórios: Podem aliviar a dor e a inflamação temporariamente.
- Banhos de assento: Banhos mornos por 10 a 15 minutos, várias vezes ao dia, ajudam a aliviar a dor e o inchaço.
Tratamento minimamente invasivo
Se o tratamento conservador não for eficaz, pode ser necessária uma intervenção mais direta:
- Ligadura elástica: Um anel de borracha é colocado na base da hemorroida, interrompendo o fluxo sanguíneo, o que faz com que ela caia após alguns dias.
- Escleroterapia: Injeção de uma substância que faz as hemorroidas encolherem.
- Coagulação infravermelha: Um feixe de luz infravermelha é usado para coagular o tecido da hemorroida, fazendo com que ela encolha.
Cirurgia: Quando é necessária?
Nos casos mais graves, especialmente em hemorroidas de grau III e IV, a cirurgia pode ser a melhor opção. Algumas das técnicas mais utilizadas são:
- Hemorroidectomia: Procedimento cirúrgico tradicional, indicado para hemorroidas grandes ou externas. Consiste na remoção das hemorroidas. Embora eficaz, o pós-operatório pode ser doloroso e requer alguns dias de recuperação.
- Hemorroidopexia com grampeamento: Técnica que reposiciona as hemorroidas prolapsadas, cortando o suprimento de sangue, o que faz com que diminuam de tamanho. A recuperação tende a ser mais rápida do que a hemorroidectomia convencional.
Estudos recentes indicam que a técnica de grampeamento causa menos dor pós-operatória e permite um retorno mais rápido às atividades normais, com menos recidivas em comparação com as técnicas convencionais.
O que esperar do pós-operatório?
O pós-operatório das cirurgias de hemorroida pode variar, mas as primeiras 72 horas costumam ser as mais dolorosas. No entanto, com uma abordagem adequada de controle da dor e acompanhamento médico próximo, o paciente pode esperar uma recuperação tranquila.
A dor geralmente diminui significativamente após a primeira semana. É importante seguir as recomendações do médico quanto à higiene e evitar esforços físicos durante o período de recuperação.
Como prevenir o surgimento da doença hemorroidaria?
A prevenção é a melhor maneira de evitar o surgimento ou agravamento das hemorroidas. Algumas dicas incluem:
- Aumentar a ingestão de fibras: Adicionar mais frutas, vegetais e alimentos ricos em fibras à sua dieta ajuda a prevenir a constipação.
- Manter-se hidratado: Beber bastante água ajuda a manter as fezes macias e fáceis de evacuar.
- Evitar o esforço durante a evacuação: Não “forçar” ao evacuar, pois isso aumenta a pressão nas veias anais.
- Praticar exercícios físicos regularmente: Manter um estilo de vida ativo ajuda a regular o trânsito intestinal e evitar o ganho de peso.
- Evitar ficar sentado por longos períodos no banheiro: Esse hábito pode agravar a condição.
Para finalizar
As hemorroidas são uma condição comum e tratável, mas o medo e a vergonha frequentemente impedem que os pacientes procurem tratamento. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem aliviar os sintomas e melhorar significativamente a qualidade de vida.
Se você sente dor, desconforto ou sangramento anal, é essencial buscar a orientação de um especialista. Com hábitos saudáveis e o tratamento adequado, é possível evitar ou reduzir os sintomas das hemorroidas e viver sem dor.
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